quinta-feira, 11 de outubro de 2012

nas entrelinhas dos CONTOS DE FADA...



CONTOS DE FADA

Os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula. Partilham com estes o fato de serem uma narrativa curta, transmitida oralmente, e onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente ditas. Alguns exemplos: "Rapunzel", "Branca de Neve e os Sete Anões" e "A Bela e a Fera".
 

FADA:
A palavra portuguesa "fada" vem do latim fatum (destino, fatalidade, fado etc). O termo se reflete nos idiomas das principais nações européias: fée em francês, fairy em inglês, fata em italiano, Fee em alemão e hada em espanhol. Por analogia, os "contos de fadas" são denominados conte de fées na França, fairy tale na Inglaterra, cuento de hadas na Espanha e racconto di fata na Itália. Na Alemanha, até o século XVII era utilizada a expressão Feenmärchen, sendo substituída por Märchen ("narrativa popular", "história fantasiosa") depois do trabalho dos Irmãos Grimm. No Brasil e em Portugal, os contos de fadas, na forma como são hoje conhecidos, surgiram em fins do século XIX, sob o nome de contos da carochinha. Esta denominação foi substituída por "contos de fadas" no século XX.

Fadas são entidades fantásticas, características do folclore europeu ocidental. Apresentam-se como mulheres de grande beleza, imortais e dotadas de poderes sobrenaturais, capazes de interferir na vida dos mortais em situações-limite. As fadas também podem ser diabólicas, sendo corriqueiramente denominadas "bruxas" em tal condição; embora as bruxas "reais" sejam usualmente retratadas como megeras, nem sempre os contos descrevem fadas "do mal" como desprovidas de sua estonteante beleza.
As primeiras referências às fadas surgem na literatura cortesã da Idade Média e nas novelas de cavalaria do Ciclo Arturiano, tomando por base textos-fontes de origem reconhecidamente céltico-bretã. Tal literatura destaca o amor mágico e imortal vinculado às figuras de fadas como Morgana e Viviana, o que evidencia o status social elevado das mulheres na cultura celta, na qual possuíam uma ascendência e um poder muito maiores do que entre outros povos contemporâneos.

 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Podem contar ou não com a presença de fadas, mas fazem uso de magia e encantamentos;
Seu núcleo problemático é existencial (o herói ou a heroína buscam a realização pessoal);
Os obstáculos ou provas constituem-se num verdadeiro ritual de iniciação para o herói ou heroína.
Os elementos constantes, permanentes, do conto maravilhoso são as funções dos personagens, independentemente da maneira pela qual eles as executam. Essas funções formam as partes constituintes básicas do conto.
"O número de funções dos contos de magia conhecidos é limitado."
"A seqüência das funções é sempre idêntica."
"Todos os contos de magia são monotípicos quanto à construção."
 
SIGNIFICADO OCULTO:
 Ao longo dos últimos 100 anos, os contos de fadas e seu significado oculto têm sido objeto da análise dos seguidores de diversas correntes da psicologia. Sheldon Cashdan, por exemplo, sugere que os contos seriam "psicodramas da infância" espelhando "lutas reais". Na visão de Cashdan, "embora o atrativo inicial de um conto de fada possa estar em sua capacidade de encantar e entreter, seu valor duradouro reside no poder de ajudar as crianças a lidar com os conflitos internos que elas enfrentam no processo de crescimento". Cashdan  prossegue em sua análise sobre a vinculação entre os contos de fadas e os conflitos internos infantis. Cada Conto de Fada é único, no sentido em que trata e uma predisposição falha ou doentia do eu. Logo que passamos do "ERA UMA VEZ", descobrimos que os Contos de Fada falam de VAIDADE, GULA, INVEJA,LUXÚRIA, HIPOCRISIA, AVAREZA ou PREGUIÇA -"os 7 pecados capitais da infância". Embora um determinado Conto de Fada possa tratar de mais de um pecado, em geral, um deles, ocupa o centro da trama.
 
 
O modo pelo qual os contos de fada resolvem esses conflitos é oferecendo às crianças um palco onde elas podem representar seus conflitos interiores. As crianças, quando ouvem um conto de fada, projetam inconscientemente partes delas mesmas em vários personagens da história, usando-os como repositórios psicológicos para elementos contraditórios do eu.

 
A JORNADA INTERIOR:
Pelo seu núcleo problemático ser existencial, os contos de fadas podem também ser encarados como "uma jornada em quatro etapas, sendo cada etapa da jornada uma estação no caminho da autodescoberta":
TRAVESSIA: "leva o herói ou heroína a uma terra diferente, marcada por acontecimentos mágicos e criaturas estranhas".
ENCONTRO: "com uma presença diabólica –uma madrasta malévola, um ogro assassino, um mago ameaçador ou outra figura com características de feiticeiro".
CONQUISTA: "o herói ou heroína mergulha numa luta de vida ou morte com a bruxa, que leva inevitavelmente à morte desta última".
CELEBRAÇÃO: "um casamento de gala ou uma reunião de família, em que a vitória sobre a bruxa é enaltecida e todos vivem felizes para sempre".
 
 
TRADIÇÃO ORAL E ESCRITA:
Conforme registra Squire, "uma mitologia deve ser sempre mais velha do que os mais antigos versos e histórias que a celebram. Poemas e sagas elaborados não são feitos num dia, ou num ano". Efetivamente, embora a tradição oral céltica do "conto mágico" possa ser velha de milhares de anos, foi somente no século VII, com a transcrição do poema épico anglo-saxão Beowulf que ela começou a ter registro material. As fadas, contudo, precisariam esperar até o século IX para serem registradas nas páginas dos Mabinogion, texto galês composto por quatro histórias distintas. Os Mabinogion não assinalam somente o surgimento das fadas, mas também a transformação das aventuras reais que porventura podem ter dado origem ao Ciclo Arturiano, em lendas. Um dos quatro poemas narrativos que o compõe, "O Sonho de Rhonabry", descreve a luta do rei Artur contra os romanos. Após ser traído por seu sobrinho Morderete (posteriormente transformado num filho ilegítimo, Sir Mordred) e mortalmente ferido, o rei é levado pelas fadas para a mítica ilha de Avalon, onde elas residem.
Em 1155, o Roman de Brut de Wace retoma as aventuras lendárias de Artur e seus cavaleiros. Em destaque, a figura da fada Viviana que cria, no lago onde vive, um menino que havia encontrado abandonado (e que, futuramente, se transformaria em Sir Lancelot, o Cavaleiro do Lago). Posteriormente, a personalidade de Viviana sofre transformações ao longo de diversas histórias: de protetora de Lancelot, torna-se companheira do mago Merlin e, finalmente, surge como uma "sedutora maligna" que aprisiona o mago num círculo mágico. Ainda no século XII, os Lais de Marie de France cumpriram o papel de diluir a cultura céltico-bretã pelas cortes de toda a Europa e facilitar sua absorção pelo cristianismo. Neste processo, no entanto, os mitos poéticos celtas gradualmente perderam sua dimensão sobrenatural. Embora o cristianismo possua um forte elemento mítico, esta palavra adquiriu após ele um significado de "fantasioso, absurdo, não-histórico". Os culpados por isso teriam sido justamente os trovadores franco-normandos, que transformaram o que era originalmente uma "linguagem mágica" em vulgares romances de cavalaria.
Diferentemente do que se poderia pensar, os contos de fadas não foram escritos para crianças, muito menos para transmitir ensinamentos morais. Em sua forma original, os textos traziam doses fortes de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas.
 É por isso que muitos dos primeiros contos de fada incluíam exibicionismo, estupro e voyeurismo. Em uma das versões de Chapeuzinho Vermelho, a heroína faz um striptease para o lobo, antes de pular na cama com ele.
Na bela adormecida, o príncipe abusa da princesa em seu sono e depois parte, deixando-a grávida. E no conto A Princesa que não conseguia rir, a heroína é condenada a uma vida de solidão porque, inadvertidamente, viu determinadas partes do corpo de uma bruxa.
 




ROMANCES PRECIOSOS:
De fins do século XVII até pouco antes da Revolução Francesa, a decadência do racionalismo clássico deu margem ao surgimento de uma literatura "extra-oficial" que celebrava a "exaltação da fantasia, do imaginário, do sonho, do inverossímil". Em sua produção e divulgação destacou-se o papel das preciosas, mulheres cultas que reuniam em seus "salões" a elite intelectual da época, muitas vezes para apreciar exclusivas dramatizações de contos de fadas. Uma das preciosas mais conhecidas, tanto por sua produção literária quanto por sua vida escandalosa, foi a jovem baronesa Madame D'Aulnoy, que em 1690 publicou o "romance precioso" História de Hipólito, onde há um episódio, a "História de Mira", protagonizado por uma fada. Mira transformou-se num sucesso e lançou moda na corte francesa, fazendo com que Mme. D'Aulnoy escrevesse mais oito romances feéricos entre 1696 e 1698,, dentre os quais se destacam Contos de Fadas, Novos Contos de Fadas e Ilustres Fadas. Nas páginas destas obras surgem contos como "O pássaro azul", "A princesa de cabelos de ouro", "O ramo de ouro", posteriormente reaproveitados como literatura infantil. O ambiente propício criado pelos romances preciosos possibilitou a acolhida de As mil e uma noites no início do século XVIII, e perdurou até fins do século, quando, entre 1785 e 1789 foi publicada a série "Gabinete de Fadas - Coleção Escolhida de Contos de Fadas e Outros Contos Maravilhosos". Seus 41 volumes, escritos por vários autores, marcam o fim deste tipo de produção literária voltado exclusivamente para o público adulto.

 
CONTOS DE FADA PARA CRIANÇAS:
As versões infantis de contos de fadas hoje consideradas clássicas, devidamente expurgadas e suavizadas, teriam nascido quase por acaso na França do século XVII, na corte de Luís XIV, pelas mãos de Charles Perrault. Para Sheldon Cashdan, em referência aos países de língua inglesa, a transformação dos contos de fadas em literatura infantil (ou sua popularização) só teria mesmo ocorrido no século XIX, em função da atividade de vendedores ambulantes ("mascates") que viajavam de um povoado para o outro "vendendo artigos domésticos, partituras e pequenos volumes baratos chamados de chapbooks". Estes chapbooks (ou cheap books, "livros baratos" em inglês), eram vendidos por poucos centavos e continham histórias simplificadas do folclore e contos de fadas expurgados das passagens mais fortes, o que lhes facultava o acesso a um público mais amplo e menos sofisticado. Em 1697, Perrault publicou Contes de ma Mère l'Oye ("Contos da minha Mãe Gansa"), uma coletânea de narrativas populares folclóricas e que, num primeiro momento, não se destinavam a crianças, mas a embasar a defesa da literatura francesa (considerada inferior aos clássicos greco-romanos por acadêmicos da época) e da causa feminista, que possuía como uma de suas líderes a sobrinha de Perrault, Mlle. Héritier. As duas primeiras adaptações ("A paciência de Grisélidis", de 1691 e "Os desejos ridículos", de 1694) reforçam esta tese. Apenas em 1696, com a adaptação de "A Pele de Asno" é que Perrault manifesta a intenção de escrever para crianças, principalmente meninas, orientando sua formação moral. A Mère l'Oye era uma figura familiar dos velhos contos folclóricos franceses, sempre cercada pelos filhotes que ouviam suas histórias fascinados. Todavia, pelo hábito das mulheres contarem histórias enquanto teciam durante os dias longos de inverno, a capa do livro foi ilustrado com a vinheta de uma velha fiandeira, não de uma gansa. A Mère l'Oye passou então a ser associada com a figura da fiandeira, que ganhou nomes locais nos vários países onde os contos foram traduzidos ("Carochinha", por exemplo).
Principais contos da "Mère l'Oye": A Bela Adormecida no Bosque, Chapeuzinho Vermelho, O Barba Azul, O Gato de Botas, As Fadas, A Gata Borralheira, Henrique de Topete e O Pequeno Polegar.
Depois de atravessar uma fase de desinteresse por parte do público adulto após a Revolução Francesa, os contos de fadas despertaram novamente a atenção dos pesquisadores no início do século XIX, graças aos estudos de Gramática Comparada que, tomando o sânscrito por base, buscavam descobrir a evolução das diversas línguas e dialetos, e assim, determinar a identidade nacional de cada povo. Tendo isto em mente, mais de 100 anos após Perrault ter publicado as histórias da Mãe Gansa, os folcloristas Jacob e Wilhelm Grimm, integrantes do Círculo Intelectual de Heidelberg, efetuaram um trabalho de coleta de antigas narrativas populares com o qual esperavam caracterizar o que havia de mais típico no espírito do povo alemão (mesmo que muitas destas narrativas originalmente nada tivessem de germânicas). Como principais fontes da tradição oral, os Grimm se valeram da prodigiosa memória da camponesa Katherina Wieckmann e de uma amiga da família, Jeannette Hassenpflug, de ascendência francesa. Como resultado de sua pesquisa, entre 1812 e 1822, os irmãos Grimm publicaram uma coletânea de 100 contos denominada Kinder und Hausmaerchen ("Contos de fadas para crianças e adultos"). As inúmeras semelhanças de episódios e personagens com aqueles das histórias de Perrault evidenciam que mais do que um fundo comum de fontes folclóricas, os Grimm podem ter simplesmente lançado mão de adaptações das histórias recolhidas pelo estudioso francês.
Principais contos de "Kinder und Hausmaerchen": Pele de Urso, A Bela e a Fera, A Gata Borralheira e João e Maria.

 
 Andersen: o "Pai" da Literatura Infantil-  Já imbuído do forte (e melancólico) espírito do Romantismo, o poeta e novelista dinamarquês Hans Christian Andersen escreveu cerca de duzentos contos infantis, parte retirados da cultura popular, parte de sua própria lavra. Publicados com o título geral de Eventyr ("Contos"), entre 1835 e 1872, eles consagraram Andersen como o verdadeiro criador da literatura infantil.
Principais contos de "Eventyr": A Roupa Nova do Imperador, O Patinho Feio, Os Sapatinhos Vermelhos, A Pequena Sereia, A Pequena Vendedora de Fósforos, A Princesa e a Ervilha.
 
Carroll e Collodi: o "fantástico absurdo"- Na segunda metade do século XIX, os contos de fadas começam novo ciclo de decadência. Em lugar do sobrenatural, o nonsense de base racionalista. O principal representante desta nova escola é Lewis Carroll, a partir do livro "Alice no País das Maravilhas, de 1865. Outro que obteve êxito em fundir o maravilhoso com o racionalismo foi o italiano Carlo Collodi, que em 1883. publicou "Pinóquio", um dos maiores sucessos da literatura infantil mundial. É ali que surge não somente o boneco cujo sonho era se transformar em gente, mas a Fada Azul, uma benfeitora mágica capaz de transformar sonhos em realidade.





A reportagem de capa da edição de setembro é de Pablo Nogueira e Martha San Juan. Segue anexo resumo e link.
Não se fazem mais contos de fadas como antigamente – açucarados e com frágeis donzelas. As novas releituras trazem tons mais sombrios e mulheres valentes. Curiosamente, estão mais próximas das histórias originais compiladas pelos irmãos Grimm há 200 anos.
 
Os príncipes que se cuidem. Depois de Rapunzel cortar as madeixas e se casar com um bandido na animação Enrolados, que passou pelos cinemas em 2011, este ano foi a vez de Branca de Neve surprender o público. A atriz Kristen Stewart, famosa como protagonista da série Crepúsculo, encarna uma versão mais gótica da clássica personagem em Branca de Neve e o Caçador. A mocinha de cabelos negros e pele branquíssima aparece envergando espada, escudo e armadura.
Branca de Neve apareceu ainda em outra produção hollywoodiana lançada este ano: Espelho, espelho meu. Com Julia Roberts no papel de madrasta, o filme apresenta uma variante mais cômica da história, com direito a um príncipe atrapalhado e anões transformados num bando de ladrões.



 
Já na telinha, o seriado americano Once upon a time (expressão em inglês equivalente ao nosso era uma vez), concebido pelos mesmos produtores do seriado Lost, vem obtendo expressivos índices de audiência junto ao público adulto, inclusive no Brasil. Passa-se numa cidade americana onde todos os habitantes são personagens de contos de fadas que perderam a memória graças à ação da Rainha Má. A protagonista é, quem diria, a filha da união entre Branca de Neve e seu príncipe encantado.
 
Outras donzelas frágeis dos contos de fadas estão em processo de reinvenção. Nos dois últimos anos, ambiciosas versões adultas de Alice e de Chapeuzinho Vermelho também chegaram às telas. Atualmente, estão em andamento novas produções para histórias como João e Maria e A Bela Adormecida, esta última contada do ponto de vista de Malévola (a bruxa má) e com Angelina Jolie escalada para o papel principal.
Toda esta movimentação também pode ser lida como uma grande e espontânea celebração dos Contos maravilhosos para as crianças e para o lar, o clássico da literatura infantil de autoria dos irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) Grimm, que este ano comemora seu bicentenário. Além de motivar lançamentos literários e exposições por todo planeta, a data também está sendo comemorada na área dos estudos de literatura, em que pesquisadores têm se dedicado tanto a recuperar as formas arcaicas dessas narrativas quanto a mapear as transformações que estão conferindo novo vigor ao gênero literário.
A professora Karin Volobuef, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara, é referência nessa área de pesquisa no Brasil. Ela lidera um grupo dedicado ao estudo das “vertentes do fantástico na literatura”, que reúne acadêmicos de oito universidades de vários Estados. Está à frente também de um projeto em que compara diversas narrativas do chamado gênero maravilhoso, tendo como ponto de partida justamente os textos dos irmãos Grimm. E ainda está preparando uma nova tradução completa para o português dos contos dos irmãos alemães; a última é de 1961.
Karin explica que as versões mais antigas dessas narrativas pouco podiam tranquilizar as crianças inquietas com a hora de dormir. “Claro que os contos apresentavam castelos, príncipes, princesas e fadas, pois estes elementos faziam parte do imaginário”, diz. Mas esses personagens viviam tramas entremeadas por vinganças, assassinatos, traições e até canibalismo e incesto. “Na forma mais antiga da história de Chapeuzinho Vermelho, ela era devorada pelo lobo. Não havia o final feliz gerado pelo caçador”, conta Karin.
A pesquisadora tenta entender os motivos pelos quais o gênero, no passado, incorporava elementos tão violentos. Uma explicação possível é proposta pelo historiador americano Robert Darnton, que enxerga neles o reflexo das vidas dos camponeses medievais, marcadas pelo trabalho árduo, pela alimentação insuficiente e pela alta mortalidade, especialmente de mulheres durante o parto. Por isso o grande número de madrastas e o tratamento desigual e impiedoso que elas dispensam aos entea-dos, que não seria “invenção da carochinha, mas uma estratégia de sobrevivência para aumentar a chance de seus próprios filhos”, escreve Karin, numa das análises que produziu sobre o tema. Continue lendo:


 






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