terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O QUE É VIDA?!?













VIDA:
A vida é um fenômeno material sumamente complexo, se distingue não por seus componentes químicos, mas pelo comportamento destes.
Ela conserta, sustenta, recria e supera a si mesma.
Nossas tentativas frenéticas de sobreviver e prosperar são um modo especial existente a quatro bilhões de anos de o Universo se organizar.
Como foi que a matéria num banho de energia, realizou pela primeira vez o feito da vida ninguém sabe, nenhuma molécula isolada é capaz de se reproduzir.



EVOLUÇÃO E AS BACTÉRIAS:
É que o mais humilde organismo, a mais simples bactéria, é uma colisão de um imenso número de moléculas. Não há como supor que todas as partes tenham se formado independentemente no oceano primitivo, tenham-se encontrado por acaso, um belo dia, e, de repente, tenham-se disposto num sistema de tal complexidade.” ( François Jacob)
As bactérias povoaram o planeta no começo e nunca mais abriram mão desse controle. Elas podem ser as formas biológicas mais minúsculas da Terra, mas deram passos gigantescos na evolução; inventaram até a multicelularidade.
estrutura básica de uma bactéria.
Algumas linhagens evoluíram para muitas espécies de seres diferentes inclusive nós mesmos. No interior de nossas células existem, neste momento, antigas bactérias que usam oxigênio para gerar energia, trata-se das mitocôndrias.
Todos os seres contêm mitocôndrias em suas células, como descendentes vivos que viveram na Terra antes de o oxigênio se acumular no ar.
Foram as bactérias que retiraram o dióxido de carbono e produziram o oxigênio. Na verdade, foram elas que transformaram o meio ambiente planetário no que é hoje!
Qualquer organismo é descendente de alguma bactéria, ou, mais precisamente, da fusão de vários tipos de bactérias.
As bactérias não são seres toscos, mas completamente vivos e desenvolvidos sendo as maiores inventoras químicas da história; suas células conservam indícios da química da superfície terrestre, tal como esta existiu num passado remoto.
Por serem os únicos seres aptos a executar muitos truques metabólicos que nós, os animais, e até mesmo as plantas, não somos capazes de fazer, as bactérias foram as primeiras a respirar oxigênio e a nadar. Sem nunca terem entrado em extinção, continuam a nos proteger, enquanto sua população cresce prodigiosamente.
As bactérias existem numa multiplicidade de cores, desde as Beggiatoa, vermelha, tons azuis, verde-azulados da Spirulina, da Nostoc ou da Microcystis. Em suma, não são “micróbios”, muito menos “ervas daninha” são as plantas que nos alimentam, nos vestem e nos abrigam.
Nossas células nucleadas (eucarióticas) não apenas descenderam de antigas bactérias como são, amálgamas de várias cepas bacterianas.
As células humanas, como a de todos os animais, do eucalipto e do cogumelo, têm a maior parte de seu DNA, mas não todo ele, encerrado num núcleo celular que é claramente isolado das diversas organelas que pontilham as planícies do citoplasma celular.
As estruturas biológicas são sinais de antigos acontecimentos evolutivos.
Em O que é vida? Lynn Margulis e Dorion Sagan nos dizem que tipos de bactérias se fundiram para formar as células nucleadas originais – nossas células.
A vida, desde as bactérias à biosfera, mantém-se ao produzir novas quantidades dela mesma.
O medo das bactérias é, de certo modo, um medo da vida, medo de nós mesmos, num estágio anterior de evolução. Uma vez que os compostos de carbono e hidrogênio de todos os organismos já se encontraram num estado ordenado, o corpo humano ( como o de qualquer ser vivo), é uma fonte de alimento desejável para essas formas biológicas minúsculas. As bactérias nos procuram como fonte de manutenção autopoética em sua antiqüíssima luta contra o equilíbrio termodinâmico.


PADRÕES QUE SE REPETEM:
A vida na Terra é uma holarquia, uma rede fractal aninhada de seres interdependentes.
Os "FRACTAIS" da vida são as células, os arranjos celulares, os organismos multicelulares, as comunidades de organismos e os ecossistemas de comunidades. Repetidos milhões de vezes ao longo de bilhões de anos, os processos biológicos levaram aos esplêndidos padrões tridimensionais vistos nos organismos, nas colméias, nas cidades e na vida planetária como um todo.

EVOLUÇÃO:
A evolução não começa do zero toda vez que surge uma nova forma de vida. AS MUTAÇÕES AO ACASO, CEGAS E SEM DIREÇÃO, são enaltecidas como principal fonte da novidade evolutiva. Módulos preexistentes, que revelaram-se primordialmente BACTÉRIAS, já gerados por mutações e conservados pela seleção natural, unem-se e interagem. Eles formam alianças, fusões ou novos organismos – complexos inteiramente novos.

A tendência da vida de se reproduzir tanto quanto possível, cuida do resto. Primeiro, porém, a novidade tem que provir de algum lugar. Na sinergia, duas formas distintas se unem para produzir uma terceira, nova e surpreendente!
Em seu pensar metafísico, Koestler invocou o deus Jano, com suas duas faces, na mitologia romana, o guardião doa portões e o patrono dos começos e dos fins; olha simultaneamente para frente e para trás, assim como os seres humanos, que não estão no ápice da criação, mas apontam simultaneamente para o reino menor das células e o domínio maior na biosfera.

AUTO-SUSTENTAÇÃO:
Os organismos são muito superiores às máquinas. Ao contrário destas, concentram a ordem, se refazem continuamente. Biólogos vêem no metabolismo a essência de algo fundamental para a vida e dão-lhe o nome de AUTOPOESE. “Si mesmo” (auto) e “fazer” (como em “poesia”); a autopoese refere-se à produção contínua de si mesmo pela vida.
As menores dentre as células, pertencentes às mais minúsculas bactérias, são hoje as mais ínfimas unidades autopoéticas que se tem conhecimento.


SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
De acordo com essa lei, a auto-sustentação autopoética só preserva ou aumenta a ordem interna mediante uma contribuição para a “desordem” do mundo externo. Todos os seres vivos necessitam realizar o metabolismo e, por conseguinte, todos precisam criar uma desordem local.
Os seres orgânicos e o meio ambiente acham-se entrelaçados. O solo, por exemplo, não é isento de vida, é uma mistura de fragmentos de rochas, pólen, filamentos de fungos, cistos de ciliados, esporos bacterianos e outros animais microscópicos.
Desde a origem, todos os seres vivos, têm estado interligados e é a soma dessas interações incontáveis que produzem o mais amplo nível da vida!

A MATÉRIA E A VIDA!
No Universo, a vida pode ser rara ou até singular, porém a matéria de que é feita é elementar! Com o transcorrer do tempo, uma quantidade cada vez maior de matéria inerte ganhou vida; minerais marinhos estão hoje incorporados em criaturas vivas, para proteção e apoio, sob a forma de conchas e ossos.
A vida começou a reutilizar materiais muito antes do aparecimento de seres humanos tecnológicos.
As Bactérias se juntaram e formaram protoctistas, estes, por sua vez, puderam minerar e usar o cálcio, a sílica e o ferro existente nos mares do globo. Os protoctistas evoluíram para animais providos de conchas e ossos.
Individualmente, ou em conjunto, os animais transformaram materiais inerentes em túneis, ninhos e colméias.
A propensão a “construir” o meio ambiente é antiga, atualmente as pessoas transformam o meio ambiente global usando óculos no interior de automóveis, ligados a celulares e terminais bancários por ondas de rádio, providos de eletricidade, canalização de água, esgoto e outros serviços públicos, estamos deixando de ser indivíduos e nos transformando em partes especializadas de um ser mais-que-humano global. Esse ser meta-humano está inextricavelmente ligado à biosfera da qual surgiu e que é muito mais antiga. Os metais e os plásticos representam o mais novo campo da matéria que vai “ganhando vida”.

A MENTE NATUREZA
Todos os seres vivos, não apenas animais, mas também as plantas e os microorganismos são dotados de percepção. Para sobreviver, o ser orgânico tem que perceber: tem que procurar ou, pelo menos, reconhecer.
O ser vivo não precisa ser consciente para perceber. A maioria de nossas atividades cotidianas como respirar, digerir ou até dirigir um automóvel, é executada de maneira predominantemente ou totalmente inconsciente. Sendo assim, presume-se que as ações sensíveis das plantas e bactérias façam parte des
se mesmo continuum de percepção e ação.
A mente talvez seja o resultado de interação celular. Aquilo que somos capazes de reconhecer e ver foi moldado por nossa evolução como criaturas sobreviventes.
A crença na importância da vida, portanto, pode não ser um reflexo da realidade, mas uma fantasia evolutiva que leva, os que nela crêem a fazerem o que for necessário e a suportar qualquer fardo, para sobreviver.
Herdamos uma perspectiva comum, legada por nossos ancestrais. Por fim, como observaram Charles Pierce (1839-1914) e William James (1842-1910), talvez, não haja melhor medida da “verdade” do que aquilo que funciona, aquilo que ajuda a sobreviver.
A mente e o corpo, o perceber e o viver, são processos de auto-reflexão já presentes nas bactérias mais primitivas.
cianobactérias
MUDAR PARA PERMANECER O MESMO: é a essência da autopoese, aplica-se tanto à biosfera quanto à célula. Aplicado às espécies, conduz à evolução!
Para Platão, o céu era habitado por planetas e estrelas dotados de alma, e o mundo, era uma repetição no tempo, de um reino perfeito situado além do tempo: O Universo da Mente Pura.
O desejo de conservar a juventude, a forma mais atraente que temos e, em última instância, a própria vida, é frustrado no nível de corpos animais. Porém, nossa derrota individual é uma vitória para as bactérias. Estando mais próximas das estruturas originais da vida, não vivem como nós, rumando para a morte.
Salvo por um acidente infeliz, uma mutação ou um encontro com outra bactéria que resulte na troca de genes, uma única célula bacteriana pode “sobreviver” para sempre em sua forma original, à medida que geração após geração, cópias dela mesma são produzidas pela divisão celular.
Cada um de nós, seres pluricelulares, é uma estrutura celular em desequilíbrio. A humanidade como espécie e até todo o reino animal têm uma existência muito mais frágil do que a delas.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

KARIN RASHID - nas entrelinhas....








KARIN RASHID – idéias e conceitos inéditos e inovadores.

Para entender porque ele se tornou pioneiro na aplicação do pensamento moderno, devemos ter em mente, as mudanças ocorridas, em todas as áreas. Centenas de novas “coisas” surgem a todo o momento multiplicando possibilidades que ainda ontem eram inconcebíveis, oferecendo funções que extrapolam a realidade.
Robôs são utilizados na automação da injeção de plásticos, e a fabricação de moldes passa a ser totalmente automatizada, equipamentos computadorizados projetam coreografias de raios laser sobre superfícies e formas; a nanotecnologia inaugura novas perspectivas para superfícies e materiais, a ampla disseminação da tecnologia rege a vida moderna.
Hoje temos novos mercados globalizados, podemos viajar para qualquer lugar badalado do mundo numa questão de horas e nos comunicarmos em tempo real, com pessoas em qualquer lugar do planeta. Por outro lado, nos deparamos com responsabilidades e desafios no gerenciamento de recursos globais e vivenciamos mudanças geográficas e catástrofes naturais.

QUERO MUDAR O MUNDO!
Em 2000, precisamente na virada do século, lançou o manifesto: “I want to change the world” (QUERO MUDAR O MUNDO).
Desde então, ele vem conseguindo, se não MUDAR, pelo menos INFLUENCIAR e INFILTRAR a realidade cotidiana e as pessoas que nela vivem. "Imperceptivelmente"e "sutilmente", suas idéias vão se materilizando, "criando vida"....

ESTOU PROJETANDO NOVOS MUNDOS..
Naturalmente, tudo isso, significa o surgimento de NOVOS MUNDOS e também de novas formas de comportamento.
As idéias estão soltas, os ciclos de inovação podem ser medidos em meses e, na era da internet, meses são como anos do séc XX.
Os resultados naturais desses novos mundos, são mutações, híbridos, variações sobre antigas genealogias, e a substituição implacável do ultrapassado.
A era do computador, veio substituir a era das máquinas, e essa nova era, dá forma à nova produção e ao novo design num processo de permanente mutação.
A verdade é que, todo mundo sabe e percebe que estamos vivendo uma realidade completamente inédita, regida por um constante e veloz movimento transformador, onde o NOVO, se torna untrapassado no segundo seguinte...e onde aquilo que era tido como impossível, pode de repente, mostrar-se como algo obvio e simples.
O reinado dominador da ROTINA vai perdendo forças! Como sempre gosto de dizer: "A rotina nos bitola e a tendência nos controla."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Rooney Mara: ANTES E DEPOIS
















































A NOVA QUERIDINHA DOS EDITORES DE MODA

vogue americana (novembro20011)



Rooney Mara:


Nascida em Bedford, cidade ao norte de Nova York, Rooney cresceu em meio a atletas e altos executivos do esporte: sua família paterna é fundadora do time de futebol americano New York Giants.Rooney Mara conseguiu seus maiores papeis a partir de 2010 (nesse mesmo ano, ela atuou na refilmagem “A Hora do Pesadelo” e no vencedor de três Oscars, “A Rede Social”).Entretanto, sua carreira realmente descolou ao interpretar a personagem Lisbeth Salander, no filme “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”.A seleção de Rooney para viver a protagonista da trilogia Millennium veio como uma surpresa para quem aguardava a adaptação: Carey Mulligan, Ellen Page, Natalie Portman, Keira Knightley e Emma Watson, todas atrizes mais conhecidas, haviam sido cotadas para viver Lisbeth Salander.Para se preparar para o filme, Rooney Mara cortou o cabelo bem curto e o pintou de preto, descoloriu as sobrancelhas e tatuou (temporariamente) um dragão nas costas, teve quatro lugares do corpo cobertos por piercings, fez aulas de kick boxing e aprendeu a andar de skate.O estilo de Lisbeth Salander inspirou editores de moda e de arte, inclusive Anna Wintour, que a colocou na capa da “Vogue” americana de novembro.




Vogue americana - novembro201








Vogue americana
com o visual de Lisbeth Salander na revista “W” ©Reprodução



vogue americana

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

KARIN RASHID







“Hoje, o design não serve apenas para resolver problemas. Design é o embelezamento do meio que nos rodeia.” (Karin Rashid)

Seu trabalho é uma mistura de Arte, Luxo e fantasia. Ele cria e utiliza uma percepção global.
Acredita que o designer é um exemplo continuo de sincronicidade onde, trabalho e indivíduo se confundem, inseparavelmente subjetivos, obsessivamente produtivos e sensíveis.
Como profissional, tornou-se criador de estilos inter-nacionalmente reconhecido e cultuador messiânico da beleza estética.
Rashid recompõe elementos de outras épocas, os transforma, aplicando seu inconfundível toque na criação de formatos biomórficos ou orgânicos, na forte referência por cores brilhantes, superfícies macias e materiais modernos. Utiliza cores e ornamentos para criar variações através de um criativos esquemas cromáticos.

Seu objetivo principal é reunir o moderno com o contemporâneo com arte da mais alta qualidade.

COMPARTILHAR


"É tempo de conectar-se, com pessoas, com o Mundo, com Universo e com o TODO."

Movidas pela necessidade de COMPARTILHAR, as pessoas tendem a tornarem-se cada vez mais flexíveis e abertas ao novo.
A vida passa a ser regida por um contínuo movimento de troca, onde ações, geram interações e proporcionam um novo sentido à existência. Esta troca gradativa de conhecimento e sensações prazerosas tais como, aconchego e bem estar, estimulam o desenvolvimento das relações interpessoais.


“NÃO É MAIS A MUDANÇA DE SI MESMO QUE APARECE COMO CAMINHO DA FELICIDADE, MAS A ATIVIDADE FABRICADORA DE ALIVIAR AS PENAS E DE EMBELEZAR A VIDA.” (Giles Lipovetsky)

Pequenos prazeres como, jardinagem, culinária, bricolagem e os círculos de leitura tendem a se expandir em ações proporcionadas por microredes: família, amigos, colegas de trabalho, etc, tomando proporções extremamente significativas.
Neste processo de investigação e busca do conhecimento, os indivíduos tendem a explorar os valores, a história e a herança cultural da sociedade em busca de expressões, símbolos e signos que o representem no contexto.
Observa-se um movimento de volta ao passado, valorização dos legados e representação das tradições.

“TRATA-SE DE UM MOVIMENTO CONTRA A MASSIFICAÇÃO E A COMODITIZAÇÃO QUE PERMEIA MARCAS E NEGÓCIOS QUE CONTAM UMA HISTÓRIA DA AUTENTICIDADE E DE CONHECIMENTO ESPECIALIZADO.” (Trendwatching)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Elegância e Sofisticação?????????

Gente, juro que eu tento, tento, mas não consigo ver bom gosto e elegância aí!
Sinto muito, mas isso não agrada nem um pouco meu olhar!
Duvido e aposto que, se não se tratasse de quem se trata, vocês iam achar bom gosto uma coisa dessas, me desculpem...
Pra mim, tá mais pra Baile do Ridículo!
Coitada das criançassss, olha essa primeira, de vestido "tipo fada" lilás(essa cor já é 1 perigo sozinha) e o modelo "fada" desvalorizou o corpo dela...E a meia calça vinho????Vocês realmente gostam disso?
A Michelle até que num tá tão ruim, uma cor boa e tal, mas gente, ou decote não deu certo pro corpo dela, ou então, apresenta algum problema de modelagem! Tá tudo desmilhinguido, parece que deixou ela meio com a "teta" caída....Num posso com isso!
O Obama, nem vou comentar, porque homem é mais difícil ficar ridículo, por terem esse figurino meio padrão...
Agora a outra, de amarelo, COITADA! Esse cabelo com uma progressiva "mar feita", gente de Deus, tem tanto dinheiro, porque não investe um pouco nas madeixasss?
E o look??? Heim? O que acharam???
Não quero passar por ruindade mas, prestem atenção por favor! O que vocês gostaram aí?
Se estivesse sendo usado, por uma mulher mais madura, num outro contexto, TALVEZ eu pudesse ter gostado desse vestido, mas nela, não deu certo!
E essas mangas? Se fossem menores, quem sabe... mas olha o tanto de tecido na parte de cima (dá quase 1 manga inteira).
Esse modelo, essa cor, esse colar, tudo nada haver com a idade dela... A composição final, na minha opinião, deixou a menina com cara de mais velha, de doente e de sofrida.
Olha gente, me desculpem a sinceridade mas, me digam de coração: VOCÊS REALMENTE ACHAM QUE ISSO É SINÔNIMO DE ELEGÂNCIA E SOFISTICAÇÃO??

domingo, 11 de dezembro de 2011

Novos parâmetros


O Mundo que nos cerca, a cada dia que passa, vai se tornando mais VIRTUAL do que REAL!
A tecnologia, não se situa apenas na base da infra-estrutura como também, abre um leque possibilidades, de novos Universos e novas atitudes. Ela modifica, altera e interfere no ambiente!
As redes de comunicação que surgiram a mais de 15 anos transformaram o conceito de tempo e espaço ao mesmo tempo que, permitiram colocar em prática uma nova tendência: a SOCIALIDADE VIRTUAL:
O espectro de nosso tempo mudou a significação e a materialidade das coisas...Cada vez mais as pessoas são desafiadas a encontrar novas formas de perceber,estar e atuar no Mundo.
Quem tem a informação tem o poder. As redes sociais e novas possibilidades de comunicação adquiridas com a Internet carregam consigo uma filosofia de vida camuflada:
A ANARQUIA – todos têm direito à informação!
Estamos no tempo do plural onde não existe mais um padrão de beleza, mas de belezaS.
Na multiplicidade da moda, cada um tem a liberdade de escolher a mensagem que quer passar: O hábito não faz o monge porém, não o reconhecemos, se não estiver usando seu traje.
Os objetos reais não são mais que imagens fantasmáticas que estão na moda, no cotidiano e na tecnologia.
A diversidade cultural e as transformações sociais configuram-se simultaneamente, não são fixas e imutáveis mas sim, encontram-se em constante movimento, reorganizando-se a todo instante, deixando em suspensão partículas que serão fontes de novas vidas.
Para a prospecção de condições de um momento futuro, observamos a seleção arbitrária das partículas que envolvem e impulsionam um determinado grupo social, coexistindo em movimento constante, conectando-se, recombinando-se, reorganizando-se em novas formas de representação de conceitos e idéias.
Tudo é o resultado de um olhar investigativo que sinaliza inúmeras possibilidades de cenas futuras. Somos parte de um grupo em contínuo processo de troca e desdobramentos que nos permitem configurar inúmeras possibilidades de representações de cenários, personagens e cenas.
MODOS DE VIDA SE TORNAM MODA!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA...









Gente, tenho vários caderninhos (atualmente denominados Moleskines) com idéias, imagens, pesquisas, estudos, etc, etc, etc..
São desde a época do colégio, nunca parei de tê-los e sempre me servem de referência e fonte de inspirações. Estou sempre relendo, revendo e os consultando. O incrível disso tudo, é que eles ajudam a comprovar, como uma coisa está sempre interligada à outra.
Pensei em dividir com vocês algumas temas abordados e resultados proporcionados por essas anotações no desenvolver das minhas criações...Queria que notassem que na verdade, tudo é uma continuidade e suas infinitas possibilidades e conexões...
E resolvi nomear os posts relacionados a tal assunto de:
SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA! (nostalgicamente relembrando 1 programa que tinha na minha infância na TV cultura, não sei se alguém se recorda!)
Não vou seguir uma ordem cronológica ok? Espero que curtam...

Aí vai o primeiro: * retirado de 1 caderno que se iniciou em 2oo6.*

ASTROBIOLOGIA- estuda como ambientes extraterrestres podem afetar organismos vivos.
Pesquisas comprovam que a vida pode existir e se desenvolver em condições extremas; existem bactérias que sobrevivem nas geladas calotas polares outras, resistem a temperaturas elevadíssimas....Nas profundidades oceânicas, distantes da luz do Sol, vivem e desenvolvem-se comunidades completamente independentes.
A possibilidade de que a vida, em outro planeta tenha uma biologia radicalmente diferente da nossa é o principal foco de estudo da Astrobiologia.
Se a vida evolui através de mutações aleatórias e da seleção natural, por que devemos esperar que formas de vida extraterrestres sejam remotamente semelhantes à formas de vida na Terra?!?
O oxigênio é um gás que simboliza indício de vida entretanto, ele se tornou abundante na Terra somente após o advento da fotossíntese. É necessário levar em consideração como era a vida na Terra Jovem, quando a atmosfera era diferente.
Carl Sagan observou que: "A grande concentração de oxigênio na densa atmosfera terrestre é muito difícil de explicar por qualquer coisa que não seja a vida."

Os cientistas suspeitam que, no primeiro bilhão de anos luz de sua história a vida na Terra ainda não houvesse evoluído para a fotossíntese produtora de oxigênio. Ao invés disso, os microorganismos que dominavam o planeta, obtinham energia de gases que vazavam do interior da Terra, com alguns micróbios que geravam metano como subproduto.
Em um planeta, com uma geologia semelhante à da Terra, níveis de metano superiores a cem partes por milhão, poderiam sugerir a presença de vida.
SINAIS DE OXIGÊNIO E METANO SERIAM PORTANTO UM INDÍCIO DE VIDA!
Em O que é vida? Schcodinger sugere que a linguagem da vida talvez fosse uma série de pontos e traços.

"A matéria é um assunto que o homem consegue no máximo tolerar; ele se recusa a reconhecê-la." (Franz Marc)
"É que o mais humilde organismo, a mais simples bactéria, é uma colisão de um imenso número de moléculas. Não há como supor que todas as partes tenham se formado independentemente no oceano primitivo, tenham-se encontrado por acaso, um belo dia, e, de repente, tenham-se disposto num sistema de tal complexidade.” ( François Jacob)
PANSPERMIA- defende que a vida na Terra pode ter tido uma origem extraterrena onde, esporos microbianos teriam sido trazidos à bordo de meteoritos e cometas semeando a Vida na superfície terrestre.
Bom gente, toda essa teoria tava anotada no Moleskine com letras minúsculas...A partir desta refêrencia uma gama variada de possibilidades se abre:
  • as ilustrações foram retiradas de suas páginas (serão mais detalhadamente explicadas no futuro)
  • uma coleção de Toys (broches e chaveiros) foi desenvolvida - fotos anexas
  • pintei quadros usando técnicas variadas
  • uma das ilustrações virou estampa da coleção da Basic

domingo, 4 de dezembro de 2011

Novo perfil do consumidor/ Gilles Lipovetsky- Moda e Alegoria da Caverna(Platão)



NOVO PERFIL DO CONSUMIDOR/ LIPOVETSKY x PLATÃO



ALEGORIA DA CAVERNA: Platão
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras.
Platão não buscava as verdadeiras essências na simplesmente Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível. E o personagem da caverna, que acaso se liberte, como Sócrates correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos, totalmente diferentes.
A Alegoria da Caverna nos convida a imaginar que as coisas podem acontecer, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna: ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades que imaginam ser as única....

LIPOVETSKY - A Moda e a Alegoria da Caverna
Em seu livro O Império do Efêmero Lipovetsky observa que desde Platão, sabe-se que os jogos de luzes e sombras na caverna da existência barram a marcha do verdadeiro, a sedução e o efêmero escravizam o espírito, são os próprios signos do cativeiro dos homens.
Aí está a grande, a mais interessante lição histórica da Moda: nos antípodas do platonismo, deve-se compreender que hoje a sedução é o que reduz a desrazão, o factício favorece o acesso ao real, o superficial permite um uso ampliado da razão, o espetacular lúdico é o trampolim para o juízo subjetivo.
Nós não somos "nada" além de personagens em trânsito. A cada instante, novas representações , por territórios em que não existem mais fronteiras.
O consumidor atualmente está passando por um contínuo processo de mudança acarretado por transformações no meio que o cerca; tem um novo perfil, possui novas ambições, sonhos e desejos.
Já não se importa em adquirir as peças mais valiosas das mais caras grifes, nem os últimos lançamentos e tendências....Esse novo público tem suas preferências e particularidades, seu "estilo", o que importa para ele não é preço ou novidade o que procura são coisas com as quais se identifique, que tenham uma conexão com ele, e que, de alguma maneira, transmitam uma mensagem de sua própria essência!


"Não é mais a mudança de si mesmo que aparece caminho da felicidade, mas a atividade fabricadora de aliviar as penas e embelezar a vida." (Gilles Lipovetsky)




sábado, 3 de dezembro de 2011

HIERONYMUS BOSCH - antigas profecias novas...

HIERONYMUS BOSCH - Os 7 Pecados Capitais e Os 4 NOVÍSSIMOS do Homem.
Como foi observado anteriormente, Sebastian Brant defendia que o homem, corrompido nas suas origens, tinha de combater permanentemente suas tendências maléficas, que o induzem muito mais a se afundar ao nível dos animais do que ascender aos anjos.
Esta concepção medieval influenciou Bosch na elaboração da interpretação de algumas de suas obras entre elas: Os 7 Pecados Mortais e Os 4 Novíssimos do Homem. (segue imagem -Óleo sobre madeira, Madrid, Museo del Prado)
ANÁLISE DA OBRA - segundo contexto estudado.
As imagens dos PECADOS estão dispostas em volta de um CÍRCULO, como se fosse o OLHO DE DEUS de cuja pupila Cristo se ergue do sarcófago - esta disposição circular representando os pecados, simboliza a EXTENSÃO DO PECADO A TODO O MUNDO.
Ao redor da pupila está a inscrição: "Cave cave Deus videt." (cuidado, cuidado, Deus vê tudo) - ao transformar o desenho circular nos Olhos de Deus Bosch almeja comparar a divindade a um ESPELHO que proporciona ao observador a VISUALIZAÇÃO de sua própria alma deformada pelos vícios e desejos cotidianos. Porém, a imagem de Cristo REFLETIDA NA PUPILA DO OLHO, traz a ESPERANÇA de um remédio para tamanha deformação.
O que DEUS VÊ, reflete-se no círculo exterior: não é necessário ninguém nos dizer que o homem que devora tudo vorazmente, comete o pecado da gula, ou que o senhor que arruma uma descula pra si mesmo para nada fazer, que se encontra a dormitar ao pé do lume, personifica a preguiça. A luxúria mostra vários casais de amantes numa tenda, a soberba é representada pela senhora que admira seu novo chapéu, sem perceber que quem segura o espelho que usa, é um demônio de boné extravagante, e assim por diante vai representando simbolicamente cada um dos 7 Pecados.
destino dos que abandonam Deus segundo análise da Obra: este quadro passa a clara mensagem de que os que abandonam Deus possuem bons motivos para TEMER seu OLHAR. Tal fato é confirmado pelas legendas encontradas na parte superior e inferior do círculo.
legenda da parte superior: "Porque são gente falha de conselhos e neles não há entendimento."
legenda parte inferior: "Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim." (Deuteronômio).
OS 4 NOVÍSSIMOS DO HOMEM: estão representados nos 4 cantos da Obra, quatro esferas menores, nos quais se vê a MORTE, o JUÍZO FINAL, o CÉU e o INFERNO.
O pecado e a tolice desempenham importante papel na arte de Bosch entretanto, seu SIMBOLISMO só pode ser totalmente compreendido no contexto de um tema muito abordado durante a Idade Média: O JUÍZO FINAL. Este seria o último ato da longa e turbulenta história da humanidade; que se iniciou com o pecado original.
Neste dia derradeiro, os mortos ressuscitarão das sepulturas e Cristo regressará para julgar os homens e dar a merecida recompensa a cada um. Como a própria Bíblia profetizou: (Matheus 24: 34-41), os benditos tomarão posse do REINO que está preparado para eles "desde a criação do Mundo" enquanto os malditos serão condenados "ao fogo eterno preparado para o Demônio e seus anjos." O TEMPO ACABARÁ, A ETERNIDADE COMEÇARÁ!
Tal assunto tem sido muito abordado nos dias atuais... Várias profecias e teorias existem prevendo a proximidade de um "possível Juízo Final", vamos seguindo pesquisando as conexões e coincidências do passado, presente e futuro; através de uma nova abordagem do TEMPO (segundo estudos); tendo como foco principal A ESSÊNCIA QUE SEMPRE SE REPETE E QUE EM TUDO SE ENCONTRA!

DISCURSO EM PROL DA DIGNIDADE HUMANA

TEORIAS ANTIGAS - FATOS CONTEMPORÂNEOS
DISCURSO EM PROL DA DIGNIDADE DO HOMEM:
Escrito em 1486, pelo jovem humanista Pico dellla Mirandola, celebra a excelência da felicidade humana: " Dentre todas as criaturas, o home dispõe da livre vontade, do poder de decidir sobre a sua natureza e o seu destino, e só ele pode, pela utilização correta de sua VONTADE, alcançar o estado de anjo." Pico reflete a fé otimista nas capacidades do homem.
NAU DOS LOUCOS- publicada cerca de oito anos mais tarde por Sebastian Brant, trata-se de uma sátira moral em rimas na qual o autor retrata as fraquezas e loucuras humanas.
Descreve o mundo e seus habitantes "humanos" como uma Nau cujos passagereiros perturbados não sabem e nem se importam para onde estão indo.
imagem acima: A NAU DOS LOUCOS (xilogravura alemã de 1549)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A BIBLIOTECA DE BABEL



A BIBLIOTECA DE BABEL





O UNIVERSO (que outros chamam a Biblioteca)
compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais,
com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas
baixíssimas. De qualquer hexágono, vêem-se os andares inferiores e superiores:
interminavelmente.



A distribuição das galerias é invariável. Vinte
prateleiras, em cinco longas estantes de cada lado, cobrem todos os lados menos
dois; sua altura, que é a dos andares, excede apenas a de um bibliotecário
normal.



Uma das faces livres dá para um estreito
vestíbulo, que desemboca em outra galeria, idêntica à primeira e a todas. À
esquerda e à direita do vestíbulo, há dois sanitários minúsculos. Um permite
dormir em pé; outro, satisfazer as necessidades físicas. Por aí passa a escada
espiral, que se abisma e se eleva ao infinito.



No vestíbulo ha um espelho, que fielmente duplica
as aparências. Os homens costumam inferir desse espelho que a Biblioteca não é
infinita (se o fosse realmente, para quê essa duplicação ilusória?), prefiro
sonhar que as superfícies polidas representam e prometem o infinito…



A luz procede de algumas frutas esféricas que
levam o nome de lâmpadas. Há duas em cada hexágono: transversais. A luz que
emitem é insuficiente, incessante. Como todos os homens da Biblioteca, viajei
na minha juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez do catálogo de
catálogos; agora que meus olhos quase não podem decifrar o que escrevo,
preparo-me para morrer; a poucas léguas do hexágono em que nasci.



Morto, não faltarão mãos piedosas que me joguem
pela balaustrada; minha sepultura será o ar insondável; meu corpo cairá
demoradamente e se corromperá e dissolverá no vento gerado pela queda, que é
infinita. Afirmo que a Biblioteca é interminável.

Os idealistas argúem que as salas hexagonais são uma forma necessária do espaço
absoluto ou, pelo menos, de nossa intuição do espaço. Alegam que é inconcebível
uma sala triangular ou pentagonal. (os místicos pretendem que o êxtase lhes
revele uma câmara circular com um grande livro circular de lombada contínua,
que siga toda a volta das paredes; mas seu testemunho é suspeito; suas
palavras, obscuras. Esse livro cíclico é Deus). Basta-me, por ora, repetir o
preceito clássico: “A Biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer
hexágono, cuja circunferência é inacessível”.



A cada um dos muros de cada hexágono correspondem
cinco estantes; cada estante encerra trinta e dois livros de formato uniforme;
cada livro é de quatrocentas e dez páginas; cada página, de quarenta linhas;
cada linha, de umas oitenta letras de cor preta.



Também há letras no dorso de cada livro; essas
letras não indicam ou prefiguram o que dirão as páginas. Sei que essa
inconexão, certa vez, pareceu misteriosa. Antes de resumir a solução (cuja
descoberta, apesar de suas trágicas projeções, é talvez o fato capital da
história), quero rememorar alguns axiomas.



O primeiro: a Biblioteca existe ab aeterno. Dessa
verdade cujo corolário imediato é a eternidade futura do mundo, nenhuma mente
razoável pode duvidar. O homem, o imperfeito bibliotecário, pode ser obra do
acaso ou dos demiurgos malévolos; o Universo, com seu elegante provimento de
prateleiras, de tomos enigmáticos, de infatigáveis escadas para o viajante e de
latrinas para o bibliotecário sentado, somente pode ser obra de um deus.



Para perceber a distância que há entre o divino e
o humano, basta comparar esses rudes símbolos trémulos que minha falível mão
garatuja na capa de um livro, com as letras orgânicas do interior: pontuais,
delicadas, negríssimas, inimitavelmente simétricas.



O segundo: O número de símbolos ortográficos é
vinte e cinco[1]. Essa comprovação permitiu, depois de trezentos anos, formular
uma teoria geral da Biblioteca e resolver satisfatoriamente o problema que
nenhuma conjectura decifrara: a natureza disforme e caótica de quase todos os
livros.



Um, que meu pai viu em um hexágono do circuito
quinze noventa e quatro, constava das letras M C V perversamente repetidas da
primeira linha ate à última. Outro (muito consultado nesta área) é um simples
labirinto de letras, mas a página penúltima diz Oh, tempo tuas pirâmides.



Já se sabe: para uma linha razoável com uma
correta informação, há léguas de insensatas cacofonias, de confusões verbais e
de incoerências. (Sei de uma região montanhosa cujos bibliotecários repudiam o
supersticioso e vão costume de procurar sentido nos livros e o equiparam ao de
procurá-lo nos sonhos ou nas linhas caóticas da mão… Admitem que os inventores
da escrita imitaram os vinte e cinco símbolos naturais, mas sustentam que essa
aplicação é casual, e que os livros em si nada significam. Esse ditame, já
veremos, não é completamente falaz).



Durante muito tempo, acreditou-se que esses
livros impenetráveis correspondiam a línguas pretéritas ou remotas. É verdade
que os homens mais antigos, os primeiros bibliotecários, usavam uma linguagem
assaz diferente da que falamos agora; é verdade que algumas milhas à direita a
língua é dialetal e que noventa andares mais acima é incompreensível.



Tudo isso, repito-o, é verdade, mas quatrocentas
e dez páginas de inalteráveis M C V não podem corresponder a nenhum idioma, por
dialetal ou rudimentar que seja. Uns insinuaram que cada letra podia influir na
subsequente e que o valor de M C V na terceira linha da página 71 não era o que
pode ter a mesma série noutra posição de outra página, mas essa vaga tese não
prosperou. Outros pensaram em criptografias; universalmente essa conjectura foi
aceite, ainda que não no sentido em que a formularam seus inventores.



Há quinhentos anos, o chefe de um hexágono
superior[2] deparou com um livro tão confuso quanto os outros, porém que
possuía quase duas folhas de linhas homogêneas. Mostrou o seu achado a um
decifrador ambulante, que lhe disse que estavam redigidas em português; outros
lhe afirmaram que em iídiche. Antes de um século pôde ser estabelecido o
idioma: um dialeto samoiedo-lituano do guarani, com inflexões de árabe
clássico.



Também decifrou-se o conteúdo: noções de análise
combinatória, ilustradas por exemplos de variantes com repetição ilimitada.
Esses exemplos permitiram que um bibliotecário de gênio descobrisse a lei
fundamental da Biblioteca. Esse pensador observou que todos os livros, por
diversos que sejam, constam de elementos iguais: o espaço, o ponto, a vírgula
as vinte e duas letras do alfabeto.



Também alegou um fato que todos os viajantes
confirmaram: “Não há, na vasta Biblioteca, dois livros idênticos”. Dessas
premissas incontrovertíveis deduziu que a Biblioteca é total e que suas
prateleiras registram todas as possíveis combinações dos vinte e tantos
símbolos ortográficos (numero, ainda que vastíssimo, não infinito), ou seja,
tudo o que é dado expressar: em todos os idiomas.



Tudo: a história minuciosa do futuro, as
autobiografias dos arcanjos, o catálogo fiel da Biblioteca, milhares e milhares
de catálogos falsos, a demonstração da falácia desses catálogos, a demonstração
da falácia do catalogo verdadeiro, o evangelho gnóstico de Basilides, o
comentário desse evangelho, o comentário do comentário desse evangelho, o
relato verídico de tua morte, a versão de cada livro em todas as línguas, as
interpolações de cada livro em todos os livros; o tratado que Beda pôde
escrever (e não escreveu) sobre a mitologia dos saxões, os livros perdidos de
Tácito.



Quando se proclamou que a Biblioteca abarcava
todos os livros, a primeira impressão foi de extravagante felicidade. Todos os
homens sentiram-se senhores de um tesouro intacto e secreto. Não havia problema
pessoal ou mundial cuja eloquente solução não existisse: em algum hexágono. o
Universo estava justificado, o Universo bruscamente usurpou as dimensões
ilimitadas da esperança.

Naquele tempo falou-se muito das Vindicações: livros de apologia e de profecia,
que para sempre vindicavam os actos de cada homem do Universo e guardavam
arcanos prodigiosos para seu futuro. Milhares de cobiçosos abandonaram o doce
hexágono natal e precipitaram-se escadas acima, premidos pelo vão propósito de
encontrar sua Vindicação.



Esses peregrinos disputavam nos corredores
estreitos, proferiam obscuras maldições, estrangulavam-se nas escadas divinas,
jogavam os livros enganosos no fundo dos túneis, morriam despenhados pelos
homens de regiões remotas. Outros enlouqueceram… As Vindicações existem (vi
duas que se referem a pessoas do futuro, a pessoas talvez não imaginarias) mas
os que procuravam não recordavam que a possibilidade de que um homem encontre a
sua, ou alguma pérfida variante da sua, é computável em zero.



Também se esperou então o esclarecimento dos
mistérios básicos da humanidade: a origem da Biblioteca e do tempo. É verosímil
que esses graves mistérios possam explicar-se em palavras: se não bastar a
linguagem dos filósofos, a multiforme Biblioteca produzirá o idioma inaudito
que se requer e os vocabulários e gramáticas desse idioma. Faz já quatro
séculos que os homens esgotam os hexágonos…



Existem investigadores oficiais, inquisidores. Eu
os vi no desempenho de sua função: chegam sempre estafados; falam de uma escada
sem degraus que quase os matou; falam de galerias e de escadas com o
bibliotecário; ás vezes, pegam o livro mais próximo e o folheiam, á procura de
palavras infames. Visivelmente, ninguém espera descobrir nada.



A desmedida esperança, sucedeu, como e natural,
uma depressão excessiva. A certeza de que alguma prateleira em algum hexágono
encerrava livros preciosos e de que esses livros preciosos eram inacessíveis
afigurou-se quase intolerável. Uma seita blasfema sugeriu que cessassem as
buscas e que todos os homens misturassem letras e símbolos, até construir,
mediante um improvável dom do acaso, esses livros canônicos.



As autoridades viram-se obrigadas a promulgar
ordens severas. A seita desapareceu, mas na minha infância vi homens velhos que
demoradamente se ocultavam nas latrinas, com alguns discos de metal num fritilo
proibido, e debilmente arremedavam a divina desordem.

Outros, inversamente, acreditaram que o primordial era eliminar as obras
inúteis. Invadiam os hexágonos, exibiam credenciais nem sempre falsas,
folheavam com fastio um volume e condenavam prateleiras inteiras: a seu furor
higiênico, ascético, deve-se a insensata perda de milhões de livros. Seu nome é
execrado, mas aqueles que deploram os “tesouros” destruídos por seu frenesi
negligenciam dois fatos notórios.



Um: a Biblioteca é tão imensa que toda redução de
origem humana resulta infinitesimal. Outro: cada exemplar é único,
insubstituível, mas (como a Biblioteca é total) há sempre várias centenas de
milhares de fac-símiles imperfeitos: de obras que apenas diferem por uma letra
ou por uma virgula. Contra a opinião geral, atrevo-me a supor que as
consequências das depredações cometidas pelos Purificadores foram exageradas
graças ao horror que esses fanáticos provocaram. Urgia-lhes o delírio de
conquistar os livros do Hexágono Carmesim: livros de formato menor que os
naturais; onipotentes, ilustrados e mágicos.



Também sabemos de outra superstição daquele
tempo: a do Homem do Livro. Em alguma estante de algum hexágono (raciocinaram
os homens) deve existir um livro que seja a cifra e o compêndio perfeito de
todos os demais: algum bibliotecário o consultou e é análogo a um deus.



Na linguagem desta área persistem ainda vestígios
do culto desse funcionário remoto. Muitos peregrinaram á procura d’Ele. Durante
um século trilharam em vão os mais diversos rumos. Como localizar o venerado
hexágono secreto que o hospedava? alguém propôs um método regressivo: Para
localizar o livro A, consultar previamente um livro B, que indique o lugar de
A; para localizar o livro B, consultar previamente um livro C, e assim até o
infinito…



Em aventuras como essas, prodigalizei e consumi
meus anos. Não me parece inverosímil que em alguma prateleira do Universo haja
um livro total; rogo aos deuses ignorados que um homem – um só, ainda que seja
há mil anos! – o tenha examinado e lido. Se a honra e a sabedoria e a
felicidade não estão para mim, que sejam para outros. Que o céu exista, embora
meu lugar seja o inferno. Que eu seja ultrajado e aniquilado, mas que num
instante, num ser, Tua enorme Biblioteca Se justifique.



Afirmam os ímpios que o disparate é normal na
Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase
milagrosa exceção. Falam (eu o sei) de “a Biblioteca febril, cujos fortuitos
volumes correm o incessante risco de transformar-se em outros e que tudo
afirmam, negam e confundem como uma divindade que delira”.



Essas palavras, que não apenas denunciam a
desordem mas que também a exemplificam, provam, evidentemente, seu gosto
péssimo e sua desesperada ignorância. De fato, a Biblioteca inclui todas as
estruturas verbais, todas as variantes que permitem os vinte e cinco símbolos
ortográficos, porém nem um único disparate absoluto. Inútil observar que o
melhor volume dos muitos hexágonos que administro intitula-se Trono Penteado, e
outro A Cãibra de Gesso e outro Axaxaxas mlö.



Essas proposições, à primeira vista incoerentes,
sem dúvida são passíveis de uma justificativa criptográfica ou alegórica; essa
justificativa é verbal e, ex hypothesi, já figura na Biblioteca. Não posso
combinar certos caracteres

dhcmrlchtdj

que a divina Biblioteca não tenha previsto e que em alguma de suas línguas
secretas não contenham um terrível sentido. Ninguém pode articular uma sílaba
que não esteja cheia de ternuras e de temores; que não seja em alguma dessas
linguagens o nome poderoso de um deus. Falar é incorrer em tautologias.



Esta epístola inútil e palavrosa já existe num
dos trinta volumes das cinco prateleiras de um dos incontáveis hexágonos – e
também sua refutação. (Um numero n de linguagens possíveis usa o mesmo
vocabulário; em alguns, o símbolo biblioteca admite a correta definição ubíquo
e perdurável sistema de galerias hexagonais, mas biblioteca é pão ou pirâmide
ou qualquer outra coisa, e as sete palavras que a definem tem outro valor.
Você, que me lê, tem certeza de entender minha linguagem?)



A escrita metódica distrai-me da presente
condição dos homens. A certeza de que tudo está escrito nos anula ou nos
fantasmagórica. Conheço distritos em que os jovens se prostram diante dos
livros e beijam com barbárie as páginas, mas não sabem decifrar uma única
letra.

As epidemias, as discórdias heréticas, as peregrinações que inevitavelmente
degeneram em bandoleirismo, dizimaram a população. Acredito ter mencionado os
suicídios, cada ano mais frequentes. Talvez me enganem a velhice e o temor, mas
suspeito que a espécie humana – a única – está por extinguir-se e que a
Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel,
armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta.



Acabo de escrever infinita. Não interpolei esse
adjetivo por costume retórico; digo que não é ilógico pensar que o mundo é
infinito. Aqueles que o julgam limitado postulam que em lugares remotos os
corredores e escadas e hexágonos podem inconcebivelmente cessar – o que é
absurdo. Aqueles que o imaginam sem limites esquecem que os abrange o número
possível de livros.



Atrevo-me a insinuar esta solução do antigo
problema: A Biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a
atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao fim dos séculos que os mesmos
volumes se repetem na mesma desordem (que, reiterada, seria uma ordem: a
Ordem). Minha solidão alegra-se com essa elegante esperança.





  ESTILO E ESSENCIA Estilo pode incluir moda, design, formato, ou aparência, incluindo por exemplo: Estilos reais e nobres Em botâ...