sábado, 27 de outubro de 2012


MOTIVO DOS DESEQUILÍBRIOS:

 
O transcorrer do tempo, as mudanças, descobertas evoluções e tecnologias; facilitaram e muito a vida do ser humano – quanto a isto não há dúvidas, porém, todo este excesso de informações e preocupações fizeram com que o homem, fosse se esquecendo de sua Mitologia Pessoal, de sua essência, afundando assim, cada vez mais, no “mundo das sombras”, deixando de lado o “mundo das idéias”, o que veio a acarretar várias conseqüências negativas para o próprio indivíduo, que passa a viver numa realidade das superficialidades, na camada mais externa, onde tudo não passa de uma cópia imperfeita.

Sem perceber onde está entrando, sente-se perdido, não entende a causa de seus problemas, e uma era que poderia ser fantástica pela diversidade e velocidade das evoluções, acaba se tornando a - “Era das depressões”.

As pessoas encontram-se cercadas por inúmeras possibilidades e atrativos, têm tudo com mais facilidade e conforto. Entretanto, ao invés de lhes causar felicidade e prazer, acaba por gerar sofrimentos e um sentimento de vazio...Um vazio que não pode ser preenchido por aquisições materiais nem por todo dinheiro do mundo!

Neste contexto, desponta uma necessidade de interação com outras pessoas, uma interação real e não simplesmente virtual (que o levou a se isolar cada vez mais, em suas busca diária por segurança e privacidade). Cada um no seu "mundinho particular."

 
DESVANTAGENS DO SISTEMA CAPITALISTA:

 O sistema capitalista induz ao desenvolvimento de uma relação efêmera com “as coisas” e com o mundo que nos cerca. Poucas pessoas refletem sobre os impulsos que conduzem suas atividades.

À medida que a economia passa a girar em torno da acumulação do capital, e o trabalho passa a ser dirigido para a produção de mercadorias, a sociedade caminha por valores, que a induzem ao consumo de produtos criados no intuito de manter o ciclo de reprodução do capital.

A ideologia do sistema produtivo em vigor é a ideologia do consumo e representa a base de sustentação dos lucros das vendas.

Quanto mais rápido e em maior quantidade se consome, mais o capital gira e é produzido. É a obsolescência programada- o prazer que a aquisição de algo proporciona ao indivíduo é facilmente substituído quando outro objeto ou serviço mais atraente aparece.

Neste sistema, não interessa a produção de bens duráveis, pois freiam a rápida substituição, tornando o ciclo do capital mais lento e longo. Como observou Lipovetsky (1989, p. 175):

"A sociedade de consumo é desprendida de seus objetos, pois “quanto mais o consumo se desenvolve, mais os objetos se tornam meios desencantados, instrumentos, nada mais que instrumentos: assim caminha a democratização do mundo material”.

O descarte é uma característica do capitalismo, não simplesmente descarte de “coisas” como também de pessoas. Até mesmo instituições outrora tidas como inabaláveis e invioláveis como, por exemplo, religião, casamento e fidelidade foram contaminadas por esse fantasma. Atualmente, as pessoas trocam de crenças e relacionamentos tão rapidamente quanto mudam de roupa...

É preciso considerar que, do modo como se processa o referido sistema, há implicação sobre nós, a sociedade e a natureza.

O ato de jogar fora e comprar outro novo, se tornou uma perigosa rotina. Parece ter nos feito esquecer o verdadeiro sentido da matéria: o de estar em constante transformação, esse “esquecimento” vem gerando acúmulos na Natureza, poluição e principalmente, desperdícios...

 

OBSOLÊNCIA PROGRAMADA:

Atinge seu apogeu e nós “seres racionais” somos manipulados sem sequer termos consciência disso, somos controlados e prisioneiros em uma realidade “ilusoriamente livre” que só se torna real, porque insistimos em nos fingir “cegos".

" Os seres humanos não são uma entidade circunscrita e separada do mundo em que existe, mas uma interação corpo-mundo que engloba ambos. “ (David Smail).

O valor que o homem moderno deu a si mesmo, o levou a esquecer que está em suas mãos a responsabilidade de inventar os indivíduos do mundo que o cerca. O modelo social vigente tem como foco principal, gerar componentes humanos de uma sociedade cada vez mais desumana!

As pessoas parecem ter-se esquecido de que, para existir, todos dependem de redes específicas de relações. Para vivenciar inteiramente a humanidade, é necessário resistir à tentação de delegar a alguém ou a algo a responsabilidade pessoal de conseguir viver à distância entre nossas experiências e tentativas reducionistas de explicá-las como uma linguagem de objetos conscientes. Como observou Wittgenstein:

Estou propenso a acreditar que a tendência de todos os homens que tem tentado falar ou escrever sobre ética ou religião foi investir sobre os limites da linguagem. Estas investidas contra as paredes de nossa jaula são absolutamente sem esperança. Na medida em que emerge do desejo de dizer algo sobre o significado básico da vida, o absolutamente bom, o absolutamente precioso e a ética, não podem ser ciência, mas documenta uma tendência da mente humana.”

Qualquer significado do que construirmos permanecerá como propriedade subjetiva pessoal. Em contrapartida, um significado, jamais poderá descrever o estado real das coisas. Mas é necessário transcender o conhecimento que inventamos.

 
Alguns conselhos para atingir tal objetivo:

· Colocar á prova as idéias favoritas particulares

· Esforçar-se para sair dos limites da linguagem

· Questionar os próprios limites para agir e raciocinar

· Penetrar nos domínios nos quais o entendimento fraqueja.

 
O desejo de se fazer esse esforço impossível é um sintoma da presença do sagrado: é o esforço para ir além do aprisionamento da linguagem e alcançar o indizível sentido de uma maior consciência. Os seres humanos possuem a capacidade de aceitar a responsabilidade total pelos dilemas pessoais, é o contrário da fuga.

 A mais poderosa de todas as circunstancias é atualmente, tratada como morta.”

 
Tal afirmativa não é ateísta nem ao menos agnóstica, ela admite a criação de circunstâncias e reconhece seu valor histórico. Embora seja uma devastadora declaração de independência por parte dos homens preparados para aceitar a responsabilidade por seus atos e que, deixam de reconhecer o poder direcionador de quaisquer circunstâncias. (Kelly, 1969).

O objetivo é ressaltar algo sobre a responsabilidade humana. Se o criador não está mais entre nós assumimos a total responsabilidade do modo como o mundo é construído..

É presunçoso jogar fora o bebe divino junto com a água do banho ecológico e sistêmico, reduzindo assim a percepção humana à mera consciência utilitária – e aqui novamente somos os responsáveis pela escolha.

SOMOS RESPONSAVEIS PELOS MODOS COMO O MUNDO É CONSTRUIDO. E, conseqüentemente, elo modo que construímos a nos mesmos como seres humanos.

É tarefa nossa desenvolvermos um ser com preocupação total em vez de continuarmos com essa consciência utilitária.

Não temos nenhuma“Natureza”: temos apenas a Natureza que geramos em nossas relações sociais.

Vivemos induzidos a acreditar que, tudo que é preciso é obedecer ao líder, ao prestar tal obediência acabamos não vendo o mundo de forma responsável.

Esse caminho nos afasta do sagrado, uma vez que se apóia na submersão da percepção pessoal em regras ideológicas. O principal modo de “NÃO SABER” é seguir cegamente regras inventadas por outros. Como observou Kelly, (1969):

 
"As regras são bastante úteis como corrimãos para a moralidade míope, e isso inclui a maioria das pessoas. Mas...o homem que voluntariamente confia em regras e leis, que em seu nome distinguem o bem e o mal, está apenas querendo evitar a antevisão daquilo em que, no fim, o bem e o mal se tornarão. Futuramente não será nada confortável, quando constatar que confundiu as coisas, quando der conta de que fechou os olhos e se conformou com as regras.”

 
Segundo Bateson, mente e consciência não podem se encontrar, há um abismo entre ambas...Acredita que existe muito mais do que somos induzidos a ver e crer.
Pedaços e migalhas da mente que surgem na consciência proporcionam um quadro falso de sua totalidade. Ocorre que, mesmo antes da “moderna tecnologia” algo tinha que ser feito a respeito da divisão inata entre consciência e o resto da mente.

A consciência deixada à própria sorte sempre arruína as relações humanas.

É preciso enxergar além, crer no aparentemente inusitado; como observaram Bergier e Pawels em seu livro O Despertar dos Mágicos:

 Esquadrinhar a história invisível é um exercício muito são para o espírito. Desembaraçamo-nos da repugnância pelo inverossímil que é natural, mas que muitas vezes paralisou o conhecimento.”

 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


 MÁGICA MAGIA
 
 
 

A palavra magia vem do grego magéia, designando as artes de um mago.

 As origens dos signos lingüísticos estão estritamente vinculadas ao pensamento mágico. Evidências desta relação acham-se em todas as línguas; em inglês, spell quer dizer  “soletrar”, designando toda forma de encantamento. Socier, bruxo em francês, muito se aproxima do termo source, “fonte”, que, abrange o local onde tudo se origina.

Em italiano, bruxa diz-se strega, mas há o sinônimo saga, que também remete à oralidade poética.

Glamour, que em inglês é “encantamento”, charme pessoal, provém do termo escocês glamer, “feitiço”.  Este, por sua vez, é uma variação do próprio inglês, Grammar (gramática), revelendo a associação que sempre existiu, o conhecimento da gramática, desde suas origens, sempre foi considerado um SABER MAGICO, destinado a raros iniciados.

 Outra palavra-chave é fetiche, derivada do Francês, significa sortilégio. Foi tomada emprestada do português feitiço que, por sua vez, provém do latim factius (IMITATIVO), no sentido de “copiar a Natureza”
Interessante é descobrir o FETICHISMO como primeiro passo de interação psíquica entre o homem e o meio, numa espontânea tentativa de entender o TODO.

A Mente Fetichista atribui poderes a todas as coisas e declara-se deles imbuída quando se traz ao corpo certos objetos especiais ou algo que os represente.
No fetichismo está a crença de que os objetos “imitam”, isto é, representam entes espirituais com qualidades próprias.

O Pensamento Mágico


 



Eis o paradoxo: a humanidade, dependente de sua sofisticada tecnologia, demonstra-se cada vez mais, interessada por assuntos “mágicos”.

Não há dúvidas de que, num passado longínquo, o pensamento mágico era o único elo capaz, de explicar o mundo e seus fenômenos...

A magia rompeu aurora muito antes da escrita. O  pensamento e a linguagem,  são totalmente permeados por ela, como observou o psicanalista Jacques Lacan (1901-1980):

O homem pré-histórico percebia em seu mundo uma fusão incompreensível de fenômenos sonoros atrelados às suas imagens. Ele ”VIA” sons no decorrer do regato, no balançar das árvores, no andar dos bichos, no ribombar das tempestades, nos golpes de luta, no rolar das pedras; todas essas ENTIDADES estavam tão vivas quanto ele próprio.”

A partir desse UNIVERSO ACÚSTICO, uma série de SÍMBOLOS SONOROS  pôde ser criada, na tentativa de reproduzir os eventos naturais que,  por sua vez, originaram a  LINGUAGEM.
 
 
 
 A antropologia e a semiótica esclarecem esses acontecimentos: os NOMES dados às coisas pelo homem pré-histórico revelavam-nas “EM SI”, declaravam seu verdadeiro som e seu modo de ser, conforme a Natureza era percebida e sentida!

Foi por meio da linguagem que o homem pôde diferenciar-se do ambiente à sua volta. Ao nomear as “coisas”, tornou real sua INSERÇÃO NO MUNDO, passando a explorá-lo, a partir da porta da caverna, cada vez, com mais amplos horizontes.

A formação de CONCEITOS SIMBOLICOS é sempre um ATO CRIATIVO em sua concepção.

 Para o homem pré-histórico, dado seu estado natural de ignorância lógica, tudo tinha certo caráter mágico, inefável – Conforme aprendia a criar símbolos, melhor dava conta de suas necessidades. Foi assim que despontou o estopim revolucionário do pensamento humano, a conferir a toda humanidade, uma identidade comum.
 
 
 
Desde que,  o primeiro  RASGO DE PENSAMENTO, se desprendeu da FONTE DE CONSCIÊNCIA DE SI MESMO em que estava imerso, (fato que,  em termos Bíblicos correspondem à expulsão de Adão e Eva do paraíso) uma FENDA  ATEMPORAL foi aberta pela espada flamejante do arcanjo Miguel, que escoltou o casal até a saída e nela se prendeu o Elo Primordial da Magia. E, como não sabemos precisar, apenas brincamos com as palavras, supomos que o ELO ORIGINAL está preso a nossa própria capacidade de reflexão, ampliada pelo universo lúdico e criador da linguagem. Isto quer dizer que, o VERBO da CRIAÇÃO é DIVINO em sua natureza.

Fomos presenteados com uma “mente mágica”, uma herdeira legítima do estado de pureza original, feita à semelhança do Criador e capaz de reproduzir o ato criativo pela MAGIA da PALAVRA.

 Por meio de símbolos sonoros,  que se transformam em linguagem, idéias podem ser expressas.
 Eles remetem à imagens primordiais as quais, uma vez desenhadas, plantam a semente da escrita, que se desenvolverá sob os mais diferentes aspectos gráficos nas diferentes culturas.
 
 
Alphonose Louis Constant ( Eliphas Levi) , um mago cabalista que se destacou na história do ocultismo, em seu livro Ritual da Alta Magia discorre em várias partes sobre o poder do verbo como podemos observar nesta passagem:

Denomina-se VERBO aquilo que exprime o ENTE e a AÇÃO é a VERDADE DA VIDA, que se PROVA pelo MOVIMENTO.”

Dos quatro evangelhos, o de João é o único a abordar o tema: “ No principio era o VERBO, e o VERBO estava junto de Deus.” A passagem procura nos alertar para o fato de que o VERBO é a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.

Eliphas Levi viu o Fiat Lux  Divino como um sinal de alerta para o homem: ele precisa abrir os olhos para poder vislumbrar a GRANDE CONSCIÊNCIA  por meio de sua inteligência.
 
 
 
A partir do Instante Primordial em que nos conscientizamos de nós mesmos, feitos minúsculas estrelinhas desprendidas do Sol, passamos a brilhar a Luz Divina uma vez que, somos reflexos dela própria e a expressamos continuamente por nosso VERBO e por nossos PENSAMENTOS, conservando a Magia do Deus Criador, ao mesmo tempo em que exercemos o arbítrio. A INTELIGENCIA DESPERTADA tem sede e fome de luz. Sendo assim, faz-se necessário que o homem inicia sua jornada de retorno à fonte.
“Centrando-se em si, a consciência se vê tomada por angústias decorrentes de suas reflexões; olhando à sua volta, enxerga o alcance de seu poder bem gravado na história das civilizações.”
 
 
 
 
 Deus não criou a DOR, a inteligência a aceitou para ser livre!
 
 
 

 

 

 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

 
 
"Entenderemos o mundo quando entendermos a nós mesmos porque ambas as coisas constituem as metades inseparáveis de um todo. Somos filhos de Deus, sementes Divinas. Algum dia seremos como o nosso pai." (Novalis)
 
 
A filosofia platônica baseia-se no fato de que existe um belo em si e por si, um Bom, um Grande. A partir disso, defende a existência de uma alma imortal, e formula  a noção de idéia como essência existente em si – independente das coisas e do intelecto humano. O que é belo, é belo porque existe um Belo pleno que, explica todos os casos e graus de beleza.

A busca de uma condição incondicionada para o conhecimento, o encontro com o absoluto fundamento da verdade, é para Platão não o ponto de partida, mas a meta a ser alcançada. Todavia só se chega aí depois de atravessar todo o campo do possível; o absoluto, o não hipotético, habita além das últimas hipóteses.

Platão caracteriza as causas inteligíveis dos objetos físicos chamando-as de idéias ou formas, estas seriam incorpóreas e invisíveis. Seriam reais, eternas e sempre idênticas a si mesmas, escapando à corrosão do tempo, que torna perecíveis os objetos físicos. Merecem, por isso mesmo, a qualidade de “divinas”.

Perfeitas e imutáveis, as idéias constituem os modelos e paradigmas dos quais as coisas materiais seriam apenas cópias imperfeitas e transitórias; seriam tipos ideais a transcender o plano mutável dos objetos físicos.

Platão expõe a doutrina de que o intelecto pode aprender as idéias porque também ele é, como elas, incorpóreas. A alma humana, antes do nascimento – antes de prender-se ao corpo – teria contemplado o cortejo dos deuses. Encarnada, perde a possibilidade de contato direto com os arquétipos incorpóreos, mas diante de suas cópias (objetos sensíveis) pode ir gradativamente recuperando o conhecimento das idéias. Conhecer seria então lembrar, reconhecer. A hipótese da reminiscência vem, assim, sustentar a hipótese da existência do mundo das formas.

A doutrina platônica da imitação (mímesis) adquire caráter metafísico, decorrência do “distanciamento” entre o plano sensível e o inteligível. Os objetos físicos – múltiplos, concretos e perecíveis – aparecem como cópias imperfeitas dos arquétipos ideais, incorpóreos e perenes; o mundo sensível seria uma imitação do mundo inteligível, pois todo o Universo, seria resultado da ação de um divino artesão, que teria dado forma, pelo menos até certo ponto, a uma matéria-prima tomando por modelo as idéias eternas. A arte divina teria produzido as obras da Natureza e também as imagens dessas obras (como o reflexo do fogo numa parede).

O processo do conhecimento representa a progressiva passagem das sombras e imagens turvas ao luminoso universo das idéias. No cume do mundo das idéias, a superessência do Bem daria sustentação a todo o edifício das formas puras e incorpóreas.
Alcançar a sabedoria do Criador é correr o véu e converter a escutidão da ignorância na Luz da sabedoria. Obter essa sabedoria suprema é se fundir conscientemente com Deus e amá-lo: VIVER PARA AMAR!
 Mas como pode o homem transcender seus condicionamentos atuais e se transformar em Deus?!? Esta é a pergunta que se tem que enfrentar.
 É necessário mudar a FORMA DE VIDA - deve-se começar por olhar a si mesmo, minuciosamente.
 Se é honesto, perceberá que a raiz de todos os seus problemas é seu verdadeiro EU. Por não saber distinguir o EU do EGO, o homem tem enturvado o espirito e dissipado a energia motivo pelo qual, caminha tropeçando pela vida, lutando contra os efeitos sem que o espírito perceba as causas...
 
SE O QUE TEMOS, EM LUGAR DE NOS PROPORCIONAR LIBERDADE NOS ESCRAVIZA, PARA QUE NOS SERVE?????
 
 Aquele que quer se libertar deve perguntar: Por que vivo?
 Descer até nosso interior é ascender - uma assunção, um olhar autêntico da realidade exterior.
 A renúncia do EU é a FONTE DA HUMILDADE e a base de toda ascenção verdadeira.
 O primeiro passo consiste em "olhar para dentro", comtemplar única e exclusivamente o VERDADEIRO EU. O segundo baseia-se em olhar de forma perseverante, ativa e independente o mundo exterior.
 "Entenderemos o mundo quando entendermos a nós mesmos porque ambas as coisas constituem as metades inseparáveis de um todo. Somos filhos de Deus, sementes Divinas. Algum dia seremos como o nosso pai." (Novalis)
 
 
 
 
 
 

Graus da Obra Alquimica


FASES DO PROCESSO







 
Dentro da OBRA existem três PEDRAS, três TRABALHOS ou três DEGRAUS a serem superados.
O PRIMEIRO TRABALHO termina quando o sujeito está completamente purificado (mediante sucessivas destilações e solidificações) e reduzido a uma substância MERCÚRICA PURA.
 O SEGUNDO DEGRAU da perfeição se alcança quando "dito sujeito" for cozido, digerido e fixado, convertindo-se em ENXOFRE INCOMBUSTÍVEL.
A TERCEIRA PEDRA, aparece quando o sujeito for fermentado, multiplicar-se e alcançar a PERFEIÇÃO FINAL, sendo uma TINTURA FIXA E PERMANENTE - a Pedra Filosofal!
Don Pernety, em seu livro Dictionnaire Mytho-Hermétique, afirma:
 "Existem dois tipos de Alquimia, a verdadeira e a falsa...
A verdadeira Alquimia consiste em aperfiçoar os metais e manter a saúde.
A falsa, consiste em destruir ambas as coisas...
A primeira faz uso dos agentes da Natureza e imita seus processos. A segunda se baseia em princípíos errôneos e utiliza como agente o tirano destrutor da Natureza.
A primeira, partindo de uma pequena quantidade de matéria vulgar, cria algo  de grande valor. A segunda, partindo de uma matéria de grande valor ( o próprio ouro), cria uma matéria vulgar, fumaça e cinzas...
O resultado da VERDADEIRA Alquimia é a cura IMEDIATA de todas as doenças que afligem a humanidade. O resultao da FALSA consiste na proliferação e fortificação dessas doenças."
 
 
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O OVO
 

 
Dentro do OVO os 2 princípios da MATÉRIA-PRIMA  - um SOLAR, quente e masculino, conhecido como enxofre, e outro LUNAS, frio feminino, conhecido como mercúrio, atuam um sobre o outro.
 
 


Então, como escreveu Raimundo Flamel:
“...estes dois, digo, ao colocá-los juntos no recipiente do sepulcro, se mordem de uma forma cruel e, pelo seu forte veneno e terrível ira, nunca se soltam a partir do momento em que se agarraram (se o frio não os impede) até que dois , como conseqüência de suas babas venenosas e dos seus ataques mortais, terminam completamente ensangüentados e acabam se matando e cozinhando-se no seu próprio veneno que, depois de sua morte, os converte em ÁGUA VIVA E ETERNA: antes disso, perdem com a corrupção e a putrefação, as suas formas naturais e primitivas, para passar depois de assumir uma ÚNICA FORMA NOVA mais nova e melhor.”
 

 
 Dessa forma, a morte – que é a separação, lhe segue um longo processo de decadência que dura até tudo apodrecer e os contrários  se dissolverem no NIGREDO LIQUIDO. Essa escuridão, que supera todas as outras escuridões, este <<NEGRUME DOS NEGRUMES>> é o primeiro signo inequívoco de que se está no bom caminho; daí o aforismo  dos alquimistas: “ Não há geração, sem corrupção.”
 
 
 A etapa do NEGRUME acaba quando a superfície adquire um aspecto estrelado, compatível a do céu noturno, que anuncia aos pastores o surgimento do menino de Belém. Assim, o primeiro grau da perfeição, se aproxima ao seu fim quando, a partir da destruição mútua dos opostos, despontar a HUMILDADE METÁLICA e VOLÁTIL que é o MERCÚRIO DOS SÁBIOS.
NIGREDO - A palavra está associada à cor negra, ao chumbo, a Saturno, ao que é pesado, difícil e que causa sofrimento. O primeiro passo do trabalho alquímico é, portanto, travar conhecimento com nosso lado sombrio. Faz parte do processo enfrentar raivas, invejas e ódios ocultos, reconhecer- se na cobiça (mesmo a espiritual) e na competição. Esse enfretamento com nosso aspecto mais difícil não raro causa depressão, melancolia e abandono de ação. Passamos também a julgar o mundo como um lugar triste, sem esperança, e as pessoas como não confiáveis. O primeiro passo rumo ao alto, portanto, é um mergulho para baixo para conhecer como realmente somos, com nossas emoções negativas, fraquezas e limites. Nessa fase, conteúdos do inconsciente geralmente vêm à tona, expressos como imagens simbólicas vistas em sonhos. Na alquimia clássica, essa emersão do inconsciente era causada pelos gases tóxicos emitidos pela manipulação do chumbo - alguns alquimistas simplesmente enlouqueciam. Apesar de difícil, nenhum trabalho alquímico pode ser feito sem atravessar os momentos de incubação e introversão. É aconselhável, porém, que essa descida às sombras pessoais seja feita sob as asas de um anjo: um terapeuta, um amigo mais sábio ou um conselheiro espiritual. A ultrapassagem da fase acontece quando se decide internamente não se deixar mais dominar por nossos aspectos mais escuros. Saber que eles fazem parte de nós, um reconhecimento que nos torna, inclusive, mais humanos, mas que é possível contrabalançá-los ao entrar em contato com nossa natureza mais luminosa. Começamos a compreender que somos tanto chumbo quanto ouro, e não apenas chumbo. Quando isso acontece, nós já estamos no começo da próxima fase, que antevê o abandono desse estado doloroso e o início de um tempo mais ameno.
No final desse processo, o principio volátil MÉRCURIO voa pelo ar alquímico, do microcosmos do ovo filosofal, no <<ventre do vento>> , recebendo as influências celestiais e purificadoras lá de cima.
Volta a cair, SUBLIMADO, sobre a Nova Terra que finalmente emerge.
Ao ir lentamente aumentando a intensidade do fogo exterior, as partes secas vão ganhando terreno às úmidas até que, o Continente aparecido coagula e se desseca completamente. Enquanto isso, sucede, surge um incontável números de BELAS CORES que correspondem a etapa conhecida como: a cauda do pavão real. Depois disso surge a BRANCURA, o albedo.
Quando alcança a brancura, diz-se que o indivíduo já tem força suficiente para resistir ao calor do fogo e só tem que dar um passo a mais para que o REI VERMELHO ou ENXOFRE DOS SÁBIOS saia do ventre de sua mãe e irmã, Ísis ou Mercúrio, é a rosa alva, a rosa branca.
 
 
 
 


 
 
ALQUIMIA
 
 
 
O desesperançado estudioso pode descobrir nas pinturas alquímicas, um caminho repleto de maravilhas, para penetrar no coração da matéria. Isto porque, os alquimistas, através de suas imagens, expressaram de uma forma muito bela, coisas das quais, nunca chegaram a escrever...
A alquimia não pode ser traduzida a um único sistema de pensamento, nem a uma única interpretação simbólica.
 


 
A GRANDE OBRA: A primeira tarefa do discípulo consiste na busca e descoberta da MATÉRIA-PRIMA.
"O seu nome tradicional: pedra dos filósofos nos dá uma IDÉIA bastante clara dessa substância, servindo-nos para começar a identificá-la. É realmente uma PEDRA, porque, ao ser extraída das minas, apresenta as mesmas características exteriores que o resto dos minerais...” (Fulcanelli, Les Demeures Philosophales)
Esta PEDRA DOS FILÓSOFOS, ou <<sujeito>> desta arte, não deve ser confundida com a Pedra Filosofal que, após ser transformada e aperfeiçoada pela ARTE, alcança a sua perfeição final e, por conseguinte, A PROPRIEDADE DA TRANSMUTAÇÃO. 
Na Literatura Alquímica, diz-se que essa MATÉRIA tem um corpo imperfeito, uma alma inconstante e uma cor penetrante, e que contém um mercúrio transparente, volátil e móvil. Esconde no seu coração o ouro dos filósofos e o mercúrio dos sábios.
Recebeu um milhão de nomes, mas nunca foi revelada sua verdadeira natureza e, a maior dificuldade encontrada na hora de interpretar os textos alquímicos, consiste em identificar esta matéria.
A OBRA é preparada e levada a cabo, utilizando-se esta ÚNICA SUBSTANCIA que, após ser identificada, deve ser obtida. Para isso, é necessário viajar até o LUGAR DA MINA e OBTER O SUJEITO NO SEU ESTADO BRUTO.
Deve ser efetuada, sob os signos de Áries, Touro ou Gêmeos (a época mais propícia para começar é a de ÁRIES, cujo símbolo celeste simboliza, na linguagem esotérica ou críptica, ao nome da MATÉRIA-PRIMA).  
O SIGNO DE ÁRIES associa-se com o nome da MATÉRIA-PRIMA ou SUJEITO DA OBRA.
 
O lobo-cinzento (ANTIMÔNIO) devorando Mercúrio indica que o sujeito deve se purificar, da mesma forma que o antimônio purifica o ouro. 
Em sânscrito, a explicação das palavras se dá freqüentemente através de palavras sinônimas ou mesmo através de um jogo de palavras. O primeiro signo do zodíaco sânscrito era chamado de Mecha, cujo sinônimo é aja, que significa “que não tem nascimento”.
O que explicaria as atribuições de Parabrama (Brama – o Eterno) ao signo Mecha (nosso Áries).



Eis, portanto, a fonte de onde provieram todas as manifestações do espírito, assim como da matéria.
Reportando-se ao fim do zodíaco e à noção do eterno recomeço  pode-se conceber que, saindo-se do absoluto simbolizado pelo oceano de Peixes, o raio de luz destinado a criar o relativo, se manifestará em Áries em correspondência com o fogo-éter dos gregos e será a força motora do mundo.


Por outro lado, sabe-se que na concepção antiga a divisão do cosmos era feita em esferas, e que o fluxo da vida nascia “sob o reino” do carneiro, sendo representado pela constelação de Eridano, símbolo planetário de um curso de água, o Eridano.
Vale dizer que nas astrologias sucessivas as divindades planetárias escolhidas para governar Áries tinham sempre algo em comum com a divindade oriental Kama, ou seja, o desejo (daquilo que está por vir) expresso num plano astral.



FASES DO PROCESSO:

Como preliminar à OBRA, o sujeito deve ser purificado, liberado dos DETRITOS. Ditas técnicas requerem muita PACIENCIA, INGÊNIO e ESFORÇO. O GRANDE OBJETIVO DA VIDA seria desvendar e identificar esta MATÉRIA.

 


 
PREPARAÇÃO DO FOGO SECRETO (Ignis Innaturalis) – Primeiro Agente: Os alquimistas o definem como:
 


A ÁGUA SECA QUE NÃO MOLHA AS MÃOS E COMO O FOGO QUE ARDE SEM CHAMAS.”
–acredita-se que essa substância seja o SAL, preparado a partir do cremor tártaro, mediante um processo que requer grande perícia e um perfeito conhecimento de química.
-o processo incluí a utilização do ORVALHO PRIMAVERIL, que se recolhe de uma forma ingeniosa e poética e que a continuação é destilado.
- Após preparados a MATÉRIA-PRIMA e o PRIMEIRO-AGENTE DA OBRA, os preliminares se dão por finalizados...
MISTURANDO A MATÉRIA
 
 
–a MATÉRIA-PRIMA é introdizida num recipiente (morteiro) de ÁGATA (ou alguma outra substãncia de grande dureza)
- ela é então: AMASSADA COM O MAÇO, MISTURADA COM O FOGO SECRETO e  HUMEDECIDA COM O ORVALHO.
-A <<mistura>> resultante é introduzida a continuação num recipiente hermeticamente fechado ou OVO FILOSOFAL, que se coloca no interior do FOGO DE ATENOR, o forno dos filósofos.
 
 
 
 



 
 

 
 

 

  ESTILO E ESSENCIA Estilo pode incluir moda, design, formato, ou aparência, incluindo por exemplo: Estilos reais e nobres Em botâ...