MITO: Frida Kahlo
Frida nasceu em Coyoacan, nos arredores da capital mexicana em 6 de julho de 1907. Completou a instrução primária em uma escola alemã no México,  em 1922, foi estudar na escola Nacional Preparatória,  onde haviam exames rigorosos que serviam de como ingresso à  Universidade. 
Quando tinha 18 anos o ônibus que se encontrava se chocou  com um bonde fato que resultou numa tripla fratura na região pélvica, uma barra de ferro atravessou seu corpo fraturando a coluna vertebral. Operada, permaneceu sete meses com o corpo engessado,  apenas com os pés e as mãos livres. Durante a convalescença, nasceu a pintora, começou usando os pincéis do pai.
Entrevada,  o corpo sustentado por aparelhos ortopédicos, sentindo dores horríveis.  Durante sua vida, foi submetida a 27 cirurgias, a primeira, aos 6 anos de idade para curar a poliomielite e a última, em 1953, para amputar a perna direita,  que começa a gangrenar. Nesta época,  ela escreve como legenda de um desenho: "Pés, para que os quero,  se tenho asas para voar."
Frida Kahlo são  muitas,  sem deixar de ser uma, única.  Por sua história de vida,  podemos  notar, que se trata inquestionavelmente de um mito. Um mito que não se esgota, iluminando a pintura que lhe serve de suporte, estimulando assim,  novas leituras sobre seus múltiplos significados. Frida segue sendo, decorrido quase um século do início de sua carreira como artista, a figura mais fascinante da pintura moderna Mexicana. Iniciou sua trajetória artística em 1927, realizou uma pintura extremamente pessoal.
Na medida em que sua esperança era sua arte e sua arte era o céu, ela para ela uma tentativa no sentido de estabelecer uma ponte entre o sofrimento de seu corpo e a glória,  o humor,  a fertilidade e a objetividade do mundo. Ela pintava o seu interior,  sua solidão,  como poucos artistas são capazes de fazer. 

OBJETIVO:
"Quem diria que as manchas vivem e ajudam a viver? Tinta, sangue, cheiro. Não sei que tinta usar, qual delas gostaria de deixar desse modo o seu vestígio. "(Frida Kahlo)
A frase de Frida foi citada acima para demonstrar como as tintas e a pintura transformaram a vida dela que não foi nada fácil,  diga-se de passagem. Uma vida sofrida, marcada por tragédias e doenças transformada pela "magia", pela grande transmutação que a arte é capaz de proporcionar. 
O objetivo principal de sua vida foi utilizar da arte como objeto de superação, seja para amenizar seu sofrimento,  seja proporcionando uma espécie de prazer que só atraves da arte se torna possível alcançar. E isso ela conseguiu realizar muito bem.

ASPECTOS LIGADOS À LINGUAGEM FANTÁSTICA, SIMBÓLICA E ALEGÓRICA 
Toda sua pintura é de caráter autobiográfico,  sua vida atribulada, dramática, sofrida, apaixonada,  intensa.... Este, é o tema central, senão o único em sua obra, por isso,  o autoretrato é predominante em suas produções. 
Para ela, o conceito de autorretrato abrange tudo que encontra a seu redor, ou mesmo distante,  no tempo e no espaço, tudo o que ela viveu, pensou, sentiu. O autorretrato é sua biografia visual, tudo o que foi tocado por ela e também o imaterial do mundo  (idéias, crenças,  ideologias), tudo é parte de sua biografia. Frida se autor representou saindo do útero da mãe,  sendo amamentada por uma negra,  como vítima em um ex-voto pintado entre outros.  Tudo é biografia,  tudo é pintura. 

QUAL É A FUNÇÃO PEDAGÓGICA:
A principal função do Mito consiste em revelar modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas como : educação, arte, sabedoria, alimentação, relacionamento, entre outros. 
No caso estudado Frida desenvolve toda uma metodologia para conseguir viver e sobreviver nas condições em que se encontrava. Conseguiu remodelar sua vida dando um foco positivo aquilo que a princípio aparentava ser uma tragédia sem fim.
Através de estudos e experimentos realizados com as cores, foi capaz de transmutar toda sua existência.

MOIRA:
Frida morreu em 13 de junho de 1954, na mesma cama de dossel,  sua companheira de tantos anos, na qual pintou a grande maioria dos seus quadros. Convalescia de uma broncopneumonia que contraiu após participar dez dias de um protesto contra a derrubada do governo democrático da Guatemala,  manifestação que participou de cadeira de rodas.
Frida tornou -se uma figura mítica,  em 1976, Ano Internacional da mulher,  a "fridolatria" já  estava instalada todavia, foi ampliada com as exposições de sua obra no Palácio de Belas Artes, do México, em 1977 e no Museu de Arte Contemporânea de Chicago,  em 1978.
Desde sua morte, a artista foi se  convertendo em emblema nacional,  heroína cultural e até santa protetora de várias causas.
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O MITO:
O Mito conta uma história sagrada, é sempre a narrativa de uma criação. Seus protagonistas são geralmente deuses, entes sobrenaturais ou animais, com uma característica comum: não pertencem ao mundo cotidiano, são celestiais, astrais.  
Se o mundo é o homem existem é porque os mitos desenvolveram uma atitude curadora nos primórdios. 
Os Mitos relatam os acontecimentos os acontecimentos primordiais em consequência dos quais o homem se converteu no que é hoje - ser moral,  organizado em sociedade, vivendo sobre regras. O homem é mortal porque algo aconteceu no início dos tempos, se esse "algo " não tivesse ocorrido, ele não seria mortal, teria continuado a existir indefinidamente, como as pedras, ou poderia mudar periodicamente de pele como as serpentes, renovando sua vida!
Conhecer os Mitos é  relativo a aprender o segredo da origem das coisas. Todo mito conta e justifica uma situação nova, a partir da qual,  o mundo foi modificado. 
A vida não pode ser reparada,  mas somente recriada, mediante retorno às raízes. 
Depois de analisar vida, obra e o contexto no qual Frida Kahlo atuou e, após estudar teorias e conceitos relativos ao Mito, pode -se concluir que Frida não só foi um mito como ainda é,  aliás, cada dia mais. Ela, assim como os deuses narrados nas histórias mitológicas,  foi capaz de recriar sua vida que tinha tudo, naquele momento,  para ser encarada como acabada. 
Como foi dito acima,  todo mito conta e justifica uma situação nova capaz de alterar o contexto. 
Com isso se conclui que a artista estudada Frida Kahlo é realmente um Mito, em todos os sentidos.