sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Pensamento Mágico


 



Eis o paradoxo: a humanidade, dependente de sua sofisticada tecnologia, demonstra-se cada vez mais, interessada por assuntos “mágicos”.

Não há dúvidas de que, num passado longínquo, o pensamento mágico era o único elo capaz, de explicar o mundo e seus fenômenos...

A magia rompeu aurora muito antes da escrita. O  pensamento e a linguagem,  são totalmente permeados por ela, como observou o psicanalista Jacques Lacan (1901-1980):

O homem pré-histórico percebia em seu mundo uma fusão incompreensível de fenômenos sonoros atrelados às suas imagens. Ele ”VIA” sons no decorrer do regato, no balançar das árvores, no andar dos bichos, no ribombar das tempestades, nos golpes de luta, no rolar das pedras; todas essas ENTIDADES estavam tão vivas quanto ele próprio.”

A partir desse UNIVERSO ACÚSTICO, uma série de SÍMBOLOS SONOROS  pôde ser criada, na tentativa de reproduzir os eventos naturais que,  por sua vez, originaram a  LINGUAGEM.
 
 
 
 A antropologia e a semiótica esclarecem esses acontecimentos: os NOMES dados às coisas pelo homem pré-histórico revelavam-nas “EM SI”, declaravam seu verdadeiro som e seu modo de ser, conforme a Natureza era percebida e sentida!

Foi por meio da linguagem que o homem pôde diferenciar-se do ambiente à sua volta. Ao nomear as “coisas”, tornou real sua INSERÇÃO NO MUNDO, passando a explorá-lo, a partir da porta da caverna, cada vez, com mais amplos horizontes.

A formação de CONCEITOS SIMBOLICOS é sempre um ATO CRIATIVO em sua concepção.

 Para o homem pré-histórico, dado seu estado natural de ignorância lógica, tudo tinha certo caráter mágico, inefável – Conforme aprendia a criar símbolos, melhor dava conta de suas necessidades. Foi assim que despontou o estopim revolucionário do pensamento humano, a conferir a toda humanidade, uma identidade comum.
 
 
 
Desde que,  o primeiro  RASGO DE PENSAMENTO, se desprendeu da FONTE DE CONSCIÊNCIA DE SI MESMO em que estava imerso, (fato que,  em termos Bíblicos correspondem à expulsão de Adão e Eva do paraíso) uma FENDA  ATEMPORAL foi aberta pela espada flamejante do arcanjo Miguel, que escoltou o casal até a saída e nela se prendeu o Elo Primordial da Magia. E, como não sabemos precisar, apenas brincamos com as palavras, supomos que o ELO ORIGINAL está preso a nossa própria capacidade de reflexão, ampliada pelo universo lúdico e criador da linguagem. Isto quer dizer que, o VERBO da CRIAÇÃO é DIVINO em sua natureza.

Fomos presenteados com uma “mente mágica”, uma herdeira legítima do estado de pureza original, feita à semelhança do Criador e capaz de reproduzir o ato criativo pela MAGIA da PALAVRA.

 Por meio de símbolos sonoros,  que se transformam em linguagem, idéias podem ser expressas.
 Eles remetem à imagens primordiais as quais, uma vez desenhadas, plantam a semente da escrita, que se desenvolverá sob os mais diferentes aspectos gráficos nas diferentes culturas.
 
 
Alphonose Louis Constant ( Eliphas Levi) , um mago cabalista que se destacou na história do ocultismo, em seu livro Ritual da Alta Magia discorre em várias partes sobre o poder do verbo como podemos observar nesta passagem:

Denomina-se VERBO aquilo que exprime o ENTE e a AÇÃO é a VERDADE DA VIDA, que se PROVA pelo MOVIMENTO.”

Dos quatro evangelhos, o de João é o único a abordar o tema: “ No principio era o VERBO, e o VERBO estava junto de Deus.” A passagem procura nos alertar para o fato de que o VERBO é a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.

Eliphas Levi viu o Fiat Lux  Divino como um sinal de alerta para o homem: ele precisa abrir os olhos para poder vislumbrar a GRANDE CONSCIÊNCIA  por meio de sua inteligência.
 
 
 
A partir do Instante Primordial em que nos conscientizamos de nós mesmos, feitos minúsculas estrelinhas desprendidas do Sol, passamos a brilhar a Luz Divina uma vez que, somos reflexos dela própria e a expressamos continuamente por nosso VERBO e por nossos PENSAMENTOS, conservando a Magia do Deus Criador, ao mesmo tempo em que exercemos o arbítrio. A INTELIGENCIA DESPERTADA tem sede e fome de luz. Sendo assim, faz-se necessário que o homem inicia sua jornada de retorno à fonte.
“Centrando-se em si, a consciência se vê tomada por angústias decorrentes de suas reflexões; olhando à sua volta, enxerga o alcance de seu poder bem gravado na história das civilizações.”
 
 
 
 
 Deus não criou a DOR, a inteligência a aceitou para ser livre!
 
 
 

 

 

 

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