sexta-feira, 22 de março de 2013

Portinari também é poeta!

Amo esse poema do Portinari, principalmente essa frase em destaque!
 

 
SOBRESSALENTE
O mar olha-me dia e noite nos abandonamos
Às vezes, somente por alguns instantes
Assiste minha solidão e ao trabalho
A lua vai subindo em nossa frente
Quando se apresenta nitidamente redonda
Parece concentrar os olhos sobre mim
Em cada banco de pedra há mais de um
Casal de namorados.
Nunca vivi assim
Fui diferente; fui sempre sobressalente
Em tudo.
O que todos tiveram não tive
Às vezes penso ter vindo por engano.
O material usado para me fabricarem,
lá no infinito, estava destinado a
Realizar folhas de árvore ou... água.
Por que vieste se nada sentes; me
Habituaria a pensar em ti no silêncio
Já eras uma fábula. Não ouves o
que digo. Desconversas sempre.
Quase nada sei de ti e nada
Queres saber de mim.
Sequei como a árvore no campo
O pouco de verde aparenta
Vida. Meus amigos mortos, mais
Vivos e mais estimados.
Só eles me darão vida...
Estão colocados em minha
Memória com as lembranças
De infância—nuvens brancas
Desfilando: cidades
Se movendo. Vou sobrando nada mais
Existe.
Assim sem alicerce vou afundando
No vácuo.
 
(De POEMAS DE CANDIDO PORTINARI)

sábado, 16 de março de 2013

 

Pergaminho Voador Nº IV
Um Exemplo de um Modo de Alcançar a Visão do Espírito e o Que foi Visto por Duas Adepti – S.S.D.D. e F. em 10 de Novembro de 1892

pela M.H. Sor. S.S.D.D. (Florence Farr) e pela M.H Sor. F.e.R. (Annie Horniman)
Assegure-se de estar absolutamente livre de interrupção por uma hora ou mais. Então, sozinho, ou com um ou dois outros Adepti, entre na cripta, ou câmara privada. Permaneça em silêncio e contemplação por vários minutos.
Levante-se, e faça a Cruz Cabalística e ore. Em seguida, siga com a contemplação de um objeto, digamos um Trunfo do Tarô: ou colocando-o diante de você e fixando os olhos nele, até parecer que você vê dentro dele; ou colocando-o contra a sua testa ou em outro lugar, e então mantendo os olhos fechados; neste caso você deve ter feito estudo prévio da Carta, quanto ao seu simbolismo, cores, analogias, etc.
Em ambos os casos, você então deve mergulhar profundamente no ideal abstrato da carta; estando em completa indiferença ao que está ao seu redor. Se a mente divaga para algo desconectado da carta, nenhum iniciante conseguirá ver nada espiritualmente.
Considere todo o simbolismo da Carta do Tarô, então tudo o que está implícito por suas letras, número e posição, e os caminhos com ela relacionados.
A visão pode começar pela concentração passando para um estado de devaneio; ou com um senso distinto de mudança, algo similar à sensação de um desmaio, com um sentimento exortando-o a resistir, mas se você estiver muito inspirado, não tenha medo, não resista, deixe-se ir; e então a visão pode passar por você.
Se qualquer coisa acontecer com você ou perturbá-lo, você retornará com facilidade o suficiente – ou como de um cochilo; caso contrário, a visão termina por si só, ou alguns podem verificá-la por vontade, em qualquer estágio, outros não podem, num primeiro momento, de forma alguma.

Exemplo:

O Trunfo do Tarô a Imperatriz foi pego; foi colocado diante das pessoas e foi contemplado, espiritualizado, elevado na coloração, purificado no desenho e idealizado.
Pronunciaram Daleth de modo vibratório. Então, em espírito, viram uma paisagem distante e azul esverdeada, sugestiva da tapeçaria medieval. Então foi feito esforço para subir; ao ascender nos planos pareciam passar através de nuvens e então apareceu uma paisagem verde claro e no meio dela um templo gótico de contornos fantasmagóricos delineados com luz. Aproximaram-se dele e descobriram que o templo ficou mais definido e era concreto, e parecia uma estrutura sólida. Dando os sinais do Grau de Netzach (por causa de Vênus) foram capazes de entrar; dando os sinais do Portal e do 5=6 em forma de pensamento. Em frente à entrada perceberam uma Cruz com três barras e uma pomba sobre ela; e além disso, haviam degraus levando adiante no escuro, por uma passagem sombria. Ali foi encontrado um belo dragão verde, que se moveu para fora do caminho, significando nenhum perigo, e a visão do espírito seguiu adiante. Virando uma esquina e ainda passando pelas trevas, emergiram da escuridão em um terraço de mármore brilhante branco, e com um jardim mais além, com flores, cuja folhagem era de um tipo delicado e verde e as folhas pareciam ter uma superfície branca aveludada embaixo. Aqui apareceu uma mulher de proporções heróicas, vestida de verde com um cinto de joias, uma coroa de estrelas na cabeça, em sua mão um cetro de ouro, tendo em seu ápice uma flor de lótus lustruosamente branca; na mão esquerda dela uma esfera tendo uma cruz. Ela também tinha um escudo com uma pomba sobre ele.
Ela sorriu com orgulho, e quando o espírito humano buscou seu nome, respondeu:
“Eu sou a poderosa Mãe Isis; a mais poderosa de todos os mundos, Eu sou aquela que não luta, mas é sempre vitoriosa, Eu sou aquela Bela Adormecida que os homens têm procurado por todos os tempos; e os caminhos que levam ao meu castelo são cercados de perigos e ilusões. Aqueles que falham em me encontrar, adormecem; – ou podem sempre correr atrás da Fata Morgana desviando todos os que sentem essa influência ilusória – Eu estou erguida no alto e atraio os homens a mim, Eu sou o desejo do mundo, mas existem poucos que me encontram. Quando o meu segredo é contado, é o segredo do santo graal”.
Pedindo para aprendê-lo, (ela) respondeu: – “Venham comigo, mas primeiro vistam trajes brancos, coloquem suas insígnias, e com os pés descalços sigam para onde eu conduzirei”.
Chegando até uma Parede de Mármore, pressionaram uma mola secreta, e entraram em um pequeno compartimento, onde o espírito parecia subir através de um vapor denso, e emergiu sobre uma torre de uma construção. Perceberam algum objeto no meio do lugar, mas foi proibido de ser visto até que fosse concedida permissão. Estenderam os braços e inclinaram a cabeça para o Sol que estava erguendo uma esfera dourada no Leste. Então se virando, ajoelharam-se com o rosto em direção ao centro, e sendo permitido levantar os olhos, contemplaram uma taça com um coração e o sol brilhando sobre estes; na taça parecia haver um fluído claro e de cor rubi. Então a “Senhora Vênus” disse: “Este amor eu arranquei do meu coração e dei ao mundo; essa é a minha força. O Amor é a mãe do Homem – Deus, dando a quintessência da vida dela para salvar a humanidade da destruição, e para anunciar o caminho para a vida eterna. O amor é a mãe do Espírito de Cristo, e o Cristo é o maior amor – Cristo é o Coração do Amor, o coração da Grande Mãe Isis – A Isis da Natureza. Ele é a expressão do poder dela – Ela é o Santo Graal, e Ele é o sangue da vida do espírito, que é encontrado nesta taça”.
Depois disso, sendo dito que a esperança do homem jazia em seguir o exemplo dela, nós solenemente entregamos nossos corações para a guarda do Graal; então, em vez de sentirmos a morte, como a nossa imaginação humana levou-nos a esperar, sentimos um influxo da mais alta coragem e poder, pois os nossos próprios corações estariam dali em diante em contato com o dela – a maior força em todo o mundo.
Então nós fomos embora, sentindo-nos felizes de que tenhamos aprendido que “Aquele que dá sua vida, ganha-a”. Pois esse amor que é poder lhe é dado a aquele que doou tudo seu pelo bem dos outros

Pergaminho Voador Nº II

Parte I: Um Tema para Contemplar

pelo G.H. Fra. N.O.M. (Dr. W.W. Westcott)
Para obter poder mágico, é preciso fortalecer a vontade. Que não haja confusão entre vontade e desejo. Você não pode querer com muita força, então não tente querer duas coisas ao mesmo tempo, e quando querendo uma não deseje outras.

Exemplo:

Você pode às vezes ter passado por uma pessoa na rua, e logo que passou pode ter sentido alguma atração, e a vontade de vê-la novamente; virando-se (você) pode ter descoberto que ela também se virou para você.
A vontade, apesar de não treinada, pode ter feito isso por si só. Mas se você, não treinado, sair novamente e decidir fazer o experimento de Querer que aquele que passa por você se vire, e tentar, você falhará. Porque o desejo de gratificar a sua curiosidade enfraqueceu a força de sua vontade.
Antes mesmo da força de vontade, você deverá ter pureza de corpo, mente, intelecto e emoção, se você espera por poder mágico.
Os poderes espirituais só florescerão quando você matar de inanição a alma animal, e a alma animal é altamente dependente do estado e do tratamento do corpo animal. O homem animal deve ser cuidado e protegido, mantido sadio e forte, mas não mimado.
Seja moderado em todas as coisas humanas. Hábitos ascéticos extremos são para você aqui uma fonte de um outro perigo, que pode levar apenas a uma contemplação do seu próprio Heroísmo em ser abstinente. Ser verdadeiramente asceta é de fato se submeter à disciplina e conter as emoções, os pensamentos e as ações indisciplinados. Porém, quem é escravo de sua alma animal, praticará o vício em uma Floresta; enquanto aquele que restringe-se entre a multidão de uma cidade, e passa através de uma vida agitada despoluído, demonstra mais resistência e sofre disciplina mais severa, e deverá obter maior recompensa.

Parte II: Observações Sobre o Tema para Contemplar

pelo M.H. Fra. Levavi Oculos (P.W. Bullock)
O poder espiritual é resultado da transmutação da natureza animal grosseira. Os vários centros de sensação no corpo humano podem ser harmonizados pelo equilíbrio ou pela circulação nas forças contrárias de atração e repulsão, ou, por outro lado, o veículo do excesso.
Se “Nosso Deus é supremo em Sua Unidade”, a analogia deve seguir entre os mundos superiores e inferiores.
Um dos clarividentes de Danton certa vez descreveu um lago de ouro no centro da terra, e nós temos a injunção “Visita interiora terræ, etc.” O primum mobile até mesmo de uma embarcação de um lugar comum está no centro do navio. Agora, o lugar de poder e a sede do equilíbrio está nos números; o número 5 como é apontado:
1234 5 6789.
Essa é a Sephira Geburah, “Onde há Ouro”, cujas figuras lineares traçadas com uma única ponta para cima é o símbolo contínuo mais poderoso que existe.
Pelo signo do Microcosmo é simbolizado o Athanor do Alquimista, nas mãos de todos sem que saibam.
“Uma vontade forte e decidida”, diz Levi, “pode, em curto espaço de tempo, chegar à independência absoluta”.
A condição de equilíbrio é necessária antes mesmo que a manipulação da vontade seja possível; e a vontade é algo mais do que o ascender dos nossos desejos mais elevados sobre os inferiores, sendo uma espécie de força elétrica, a executora do desejo.
Nesta luz, é o poder criativo, que se molda de acordo com a forma ideal ou tipos subsistentes. Portanto, é através da ação da vontade que o oculto se torna manifesto, seja no Universo ou no Homem.
O estudante tem de aprender a despertar essas forças dentro de si mesmo.
Essa indiferença magistral é o grande tema do Bhagavad Gita e dos Iogues indianos, de fato, tanto o Oriente quanto o Ocidente se unem em nos ensinar a preservar esse meio comum entre dois extremos, que é a lei da imortalidade.

Parte III: Três Sugestões Sobre o Poder da Vontade

pela M.H Sor. S.S.D.D. (Florence Farr)

Tópico 1.

Ao estudar a natureza da força da vontade, somos ajudados pelo nosso diagrama do Minutum Mundi. Marte, Geburah, Fogo, Áries, cada um a expressão da força da vontade em planos diferentes, são todos da cor vermelha. O Leão Vermelho foi usado pelos Alquimistas como um símbolo para expressar os mais altos poderes do Adepto. A brancura da pureza tendo sido alcançada, o calor deve ser violentamente aumentado, até que a vermelhidão da força da perfeição se manifeste.

Tópico 2.

Agora o perigo que arrisca os nossos trabalhos surge da tentativa de exercer essa força da vontade antes de termos nos purgado da ignorância e da escuridão.
Até que saibamos, devemos nos abster de fazer. Isso soa como se o caso fosse muito sem esperança; mas temos cada um em nossas próprias pessoas todos os materiais para o experimento, e uma vez que desejamos a luz, e fazemos de tudo que sabemos para obtê-la, não é provável que causemos dano permanente; mas ao mesmo tempo nunca podemos ser cuidadosos demais na aplicação para os outros do conhecimento mágico muito superficial que temos no presente, especialmente para aqueles que não são iniciados. O perigo que eu encontrei é que, embora o primeiro passo seja o mais difícil, quero dizer que é extremamente difícil de obter controle sobre a vontade do outro, de modo a alterar as suas tendências naturais; e embora isso seja feito, a força que você pôs em movimento torna-se quase incontrolável, o outro indivíduo às vezes parece apenas viver na sua presença, e o estado final desse homem é pior do que o inicial. Esta é uma característica notável nos casos daqueles que foram curados por curandeiros; ou hipnotizadores profissionais.

Tópico 3.

Depois de ter explicado esses perigos, o método que eu aconselho para o cultivo da vontade é imaginar a sua cabeça como centro de atração com pensamentos como raios que saem para fora em um vasto globo. Querer ou desejar uma coisa é o primeiro passo no exercício da Vontade; obtenha uma imagem distinta da coisa que você deseja colocada, por assim dizer, em seu coração, concentre todos os seus raios de pensamento errantes sobre esta imagem até sentir que ela seja uma esfera brilhante e escarlate de força compacta. Então projete esta força concentrada sobre o objeto que você deseja afetar.

Pergaminho Voador Nº I
Advertências

pelo G.H. Fra. N.O.M. (Dr. W.W. Westcott)
Qualquer um que seja um 4=7 e passe os cinco Exames, torna-se um 5=6 nominal, e é competente para presidir Assembléias da Primeira Ordem, usa uma Faixa Branca cruzada com uma Faixa Preta, e atingiu o topo da G.D.
Esta pode ser uma informação comum para os membros de Primeira Ordem, mas é absolutamente necessário que estes membros da Primeira Ordem ou G.D. permaneçam na total ignorância da Ordem da R.R. et A.C., a assim chamada Segunda Ordem, e não deve ser dito quem de fato entrou ou não na Segunda Ordem.
Os Adeptos não devem contar aos membros da Primeira Ordem:
  1. Que eles passaram por qualquer cerimônia adicional;
  2. Nem que realizam Magia Prática;
  3. Nem quando se encontram;
  4. Nem onde;
  5. Nem quem é o chefe da Segunda Ordem.
A resposta mais segura para todas as formas de perguntas parece ser:
“Se você pertencesse à Segunda Ordem, você saberia o que você me pergunta; se você não sabe, você não pertence, e se eu soubesse, eu não poderia dizer-lhe mais do que um 1=10 poderia dizer algo para um 0=0.”
Há alguns membros do 5=6 muito dignos que nunca foram além; eles usam as Faixas Brancas; e os membros do 5=6 podem acidentalmente dizer-lhes aquilo que não deveria ser dito.
Existem alguns Philosophi que passaram por todos os Exames e são 5=6 nominais, dos quais é possível que haja aqueles que os Chefes não aprovem, e por isso não têm nenhuma chance de adesão plena à Segunda Ordem.
A Lista dos Membros titulares do 5=6 está na Biblioteca, e desta forma todo Adepto deve saber se uma pessoa é um Adepto pleno ou não. O silêncio completo é o único caminho seguro com qualquer um que você não tenha encontrado na Cripta.

Os Pergaminhos Voadores

Frater Levavi Oculos, Soror Sapientia Sapienti Dono Data, Frater Non Omnis Moriar, Soror Fortiter et Recte, Frater Resurgam, Frater Deo Duce Comite Ferro, Frater Sapere Aude, Frater Anima Pura Sit, Soror Vigilate, Soror Shemeber, Soror Vestigia Nulla Retrorsum, Frater Quaestor Lucis, Frater Sub Spe


Os Pergaminhos Voadores (“Flying Rolls”) da Ordem original [da Rosæ Rubeæ et Auræ Crucis, a Segunda Ordem ou Ordem Interna da Ordem Hermética da Aurora Dourada – Golden Dawn], foram uma série de documentos de instrução que eram emitidos periodicamente pelos Chefes da Segunda Ordem (R.R. et A.C.) para os estudantes que obtiveram o Grau de Portal ou superior. O nome faz alusão ao meio pelo qual estes documentos eram distribuídos – uma única cópia (“pergaminho”) era circulada (“voava”) de um estudante para o próximo. Cada um era enviado por correio para o estudante em um envelope liso e sem marcas, sobre o qual o selo de postagem era fixado de cabeça para baixo – este era o “código secreto” que indicava que a carta vinha da Ordem e não deveria ser aberta na presença de “profanos”. Cada destinatário era instruído a enviar os documentos após certo período de tempo a outro destinatário designado, e daquele destinatário para o outro, até que “pergaminho” tivesse “voado” para todos os destinatários intencionados, momento no qual era devolvido à Ordem. Em alguns casos o estudante estava autorizado a fazer uma cópia pessoal (à mão) do texto, em outros casos nenhuma cópia era permitida.
Os estudantes era instruídos a guardar os documentos em sua posse em uma “capa” que tinha o selo da Ordem (provavelmente uma pasta disponibilizada por sua Loja). Sobre a capa havia a seguinte inscrição:
“Este material é privado e foi deixado sob minha confiança, para ser retornado sob exigência. Não contém nada de valor financeiro e nada pessoal para mim mesmo. Eu por meio deste autorizo meus representantes legais, sejam quem forem, no caso de minha morte ou incapacidade, a retornar o mesmo imediatamente, sem ler e sem abrir, para [o endereço de W. Wynn Westcott].”
[...] Existe algum conhecimento excelente e útil a ser encontrado nos Pergaminhos Voadores, mas parte do material é de valor dúbio para o estudante moderno da Golden Dawn; por exemplo, exortações relativas às suas regras de “discrição”. Algumas podem parecer anacrônicas e até mesmo claramente imprecisas, tal como a comparação da escrita do enoquiano com o alfabeto etiópico. Eles são apresentados aqui para qualquer seja o uso que o estudante possa encontrar para eles, e como um registro histórico dos ensinamentos da Ordem original.
http://hadnu.org/os-pergaminhos-voadores/pergaminho-voador-n-ii-um-tema-para-contemplar-observacoes-sobre-o-tema-para-contemplar-tres-sugestoes-sobre-o-poder-da-vontade

sexta-feira, 15 de março de 2013

CONTO DE FADAS

CONTOS DE FADA
 

Os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula. Partilham com estes o fato de serem uma narrativa curta, transmitida oralmente, e onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente ditas. Alguns exemplos: "Rapunzel", "Branca de Neve e os Sete Anões" e "A Bela e a Fera".



FADA: A palavra portuguesa"fada" vem do latim fatum (destino, fatalidade, fado etc)


 
As primeiras referências às fadas surgem na literatura cortesã da Idade Média e nas novelas de cavalaria do Ciclo Arturiano, tomando por base textos-fontes de origem reconhecidamente céltico-bretã. Tal literatura destaca o amor mágico e imortal vinculado às figuras de fadas como Morgana e Viviana, o que evidencia o status social elevado das mulheres na cultura celta, na qual possuíam uma ascendência e um poder muito maiores do que entre outros povos contemporâneos (ou posteriores). Conforme destaca Coelho:




Na maioria das tradições, as fadas aparecem ligadas ao amor, ou sendo elas próprias as amadas, ou sendo mediadoras entre os amantes. A partir da cristianização do mundo, foi esse último sentido que predominou, perdendo-se completamente aquela outra dimensão "mágica", sobrenatural.



PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
  • Podem contar ou não com a presença de fadas, mas fazem uso de magia e encantamentos;
  • Seu núcleo problemático é existencial (o herói ou a heroína buscam a realização pessoal);
  • Os obstáculos ou provas constituem-se num verdadeiro ritual de iniciação para o herói ou heroína;
 Morfologia dos contos de fadas
Em seu famoso estudo sobre o conto maravilhoso (no qual inclui os contos de fadas), V.I. Propp afirma que ele "atribui freqüentemente ações iguais a personagens diferentes" Estas ações (mais adiante denominadas "funções") nos permitiriam estudar os personagens dos contos a partir das mesmas. Tendo isto em vista, Propp elabora quatro teses principais:
  1. "Os elementos constantes, permanentes, do conto maravilhoso são as funções dos personagens, independentemente da maneira pela qual eles as executam. Essas funções formam as partes constituintes básicas do conto."
  2. "O número de funções dos contos de magia conhecidos é limitado."
  3. "A seqüência das funções é sempre idêntica."
  4. "Todos os contos de magia são monotípicos quanto à construção."
 
 
Vimos que o conto de fadas é uma narrativa explicitando funções, cujo número é limitado e cuja ordem de sucessão é constante. A diferença formal entre vários contos resulta da escolha, operada individualmente, entre as trinta e uma funções disponíveis e da eventual repetição de certas funções. Mas nada impede a realização de contos com a presença de fadas, sem que a narrativa obedeça à norma precedente; é o caso dos contos fabricados, dos quais podemos encontrar exemplos em Andersen, Brentano e Goethe. Inversamente, a norma pode ser respeitada apesar da ausência de fadas. O termo 'conto de fadas' é, pois, duplamente impróprio.
 
O processo pelo qual as crianças podem utilizar os contos de fadas na resolução de seus próprios problemas é explicitado mais adiante:


O modo pelo qual os contos de fada resolvem esses conflitos é oferecendo às crianças um palco onde elas podem representar seus conflitos interiores. As crianças, quando ouvem um conto de fada, projetam inconscientemente partes delas mesmas em vários personagens da história, usando-os como repositórios psicológicos para elementos contraditórios do eu.
 

 
ME IDENTIFICO TANTO COM ESSA FRASE, ÀS XS SINTO QUE FOI FEITA PRA MIM....
 
 
 
 

não só de CINZAS vive o mundo! rs


 



*    COR COMPLEMENTAR – são aquelas cuja mistura produz o branco. Segundo Helmholtz, excluindo-se o VERDE-PURO, todas as demais cores simples são complementares de uma outra cor simples, formando os seguintes pares: vermelho/azul esverdeado, amarelo/anil azul/laranja. Em física, cores complementares significam PAR DE CORES, uma COMPLEMENTANDO  a outra.
*   COR SECUNDÁRIA – cor formada por EQUILIBRIO OPTICO por 2 cores primárias.
*   COR TERCIÁRIA –  é intermediária entre uma cor secundária e qualquer das duas primárias que lhe originou.
*   CORES QUENTES – vermelho e amarelo e d+ cores nas quais predominam.
*   CORES FRIAS – azul e verde e demais variações.
IMPORTANTE:  uma cor pode parecer tanto fria quanto quente, dependendo da relação estabelecida entre elas e as demais.
Um verde-amarelado numa escala de vermeljos parecerá frio. Em comparação com azuie e violetas, o mesmo verde, parecerá quente.
Vide exemplo abaixo:

 
 
 
COR DE CONTRASTE: cor inexistente




 
Cor de contraste é uma COR SUBJETIVA, percebida pelo observador posto numa situação onde uma COR INDUTORA provoque sobre a superfície vizinha, a percepção de uma cor que não se apresenta fisicamente e que é complementar fisiológica da indutora.
COR TRANSMUTADORA: A cor, como elemento de arte, pode colocar-se a serviço dos mais altos fins estéticos além disso, cada uma delas, possui um efeito especifico sobre o homem, revelando assim, sua presença tanto na retina como na alma. Deduz-se daí, que a cor pode ser usada para determinados fins sensíveis, morais e estéticos.
Quando se aprende inteiramente a marcha divergente do amarelo e do azul e particularmente a exaltação até o vermelho, significa que os dois opostos se aproximam entre si, terminando por fundirem-se numa nova entidade.
Pela vastidão de suas proposições, Goethe é tido como um dos mais fecundos pesquisadores de assuntos cromáticos, apoiado na sabedoria antiga, consegue a reabilitação da LUMINOSIDADE DO OLHAR – no olho existe uma luz patente que ao menor estimulo se agita e abre as portas da fisiologia e da patologia como campo de investigação da COR. Com Goethe aprendemos que: A BELEZA DA COR É UM REFLEXO DA BELEZA INTERNA DO SER HUMANO.
 MUDANÇA DE FOCO! Todos os fenômenos naturais estão ligados a vários níveis de adaptação do olho com o ambiente que o cerca. Contudo, nossa atenção somente se volta para tais adaptações, quando estas apresentam índices de intensidade fora do normal. A vista adaptada a uma cor, torna-se mais sensível às cores contrárias à que se acostumou! O psicólogo Eward Hering (1834-1910) explicou que esses fenômenos decorrem da capacidade reversiva do mecanismo visual- ação de 3 duplas de estímulos: branco/preto, azul amarelo, vermelho/verde.

 

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

BRINCANDO COM AS CORES:

Olhe FIXAMENTE durante 40 segundos o círculo vermelho, em sua periferia surgirá o círculo complementar verde. Em seguida, olhe para a área branca ao redor, passado alguns segundos, visualizará 1 bola verde-azulada.
:)

PRA NÃO FALAR SÓ DE CINZASSSssssssssss - CONTINUAÇÃO



CORES, PERCEPÇÃO E ESTÍMULOS:
A cor não tem existência e é produzida por certas organizações nervosas sob a ação da LUZ. Praticamente em todos os idiomas, a palavra COR designa a percepção do fenômeno ( SENSAÇÃO), assim como, as radiações luminosas diretas e também as refletidas por determinados corpos (MATIZ ou COLORAÇÃO) que o originam. Sua “materialização” está condicionado a dois elementos:

*    A LUZ – objeto físico agindo como estímulo
*    O OLHO – aparelho receptor, funcionando como decifrador do fluxo luminoso, decompondo-o ou alterando-o através da função seletiva da retina.

São os ESTÍMULOS que causam as SENSAÇÕES CROMÁTICAS e estão divididos em 2 grupos:

*   CORES LUZ – luz colorida e a radiação luminosa visível que tem como síntese aditiva a LUZ BRANCA. Sua melhor expressão é a LUZ SOLAR, por reunir de forma equilibrada TODAS as matizas existentes na Natureza.
CORES-LUZ PRIMÁRIAS
 
 
 
 
*   CORES PIGMENTO –  substâncias corantes que fazem parte das substâncias químicas. São relativas à quantidade de LUZ REFLETIDA que determina sua coloração. O que nos leva a classificar um um corpo como verde por exemplo, é a capacidade que possui de absorver quase todos as tonalidades dos verdes. Segundo Goethe (193, p.506), cores químicas:

São as que podemos criar, fixar em maior ou menor grau e exaltar e determinados objetos, são aquelas as quais atribuímos uma propriedade imanente. Em geral, se caracteriza por sua persistência. Em razão do que antecede, em tempos remotos designavam-se proppi, corporei, materiales, veris permanentes, fixi.”
CORES-PIGMENTO TRANSPARENTES
 

 
 
CORES PIGMENTO OPACAS
 

 

segunda-feira, 11 de março de 2013

MUITO ALÉM DOS CINZAS............rsrs

"No momento, meu espírito está inteiramente tomado pelas leis das cores. Ah, se elas nos tivessem sido ensinadas na juventude!"    (Van Gogh)
 
 
A SURPREENDENTE PERCEPÇÃO DA COR:

 
O homem inicia a conquista da cor, no mesmo momento em que inicia a conquista da condição humana. O desejo de reproduzir a coloração percebida nos seres e nas coisas, assinala o começo de uma longa historia...
A conscientização das diversas cores (entre os frutos e os animais, entre raio e a labareda de uma chama) foi um grande passo.
Numa ação de caráter predatório, como a caça ou a coleta de frutos, o homem utiliza elementos minerais da flora e da fauna, para colorir seu próprio corpo, seus utensílios as paredes da caverna e consequentemente SUA VIDA!
Deve-se ter em mente que, assim como o código oral, moral e religioso assume simbolismos variados no transcorrer da história, também as cores terão variadas significações para os povos.
A importância da sombra sempre rivalizou com a da própria luz na analise dos fenômenos cromáticos. Há muito tempo que Goethe já falava de uma SENSAÇÃO COLORIDA e estava com a razão, uma vez que, os diferentes raios luminosos (matizes) apesar de sua existência objetiva NÃO SÃO CORES. Dizia que: “toda cor tem por origem uma não cor e uma não luz.”
A cor sendo uma SENSAÇÃO, é produzida pelos matizes, entretanto, só é possível provocar este fenômeno perante luz e obscuridade.
 “todos os corpos transparentes sãos sempre mais ou menos turvos, contém em maior ou menor escala, alguma parcela de obscuridade.” (1963,p.444). (Goethe)
O ar atmosférico que nos cerca é um corpo transparente isto é, um corpo turvo com certo grau de obscuridade e pode ser descrito como:  sombra que se mistura permanentemente a luz, alterando-lhe. Quanto à coloração azul do firmamento, acredita-se que, seja causado por partículas extremamente pequenas de ar que difundem os raios luminosos de ondas mais curtas (azul e violeta); quando aumenta o tamanho dessa partícula, a COLORAÇÃO MUDA, chegando ao extremo oposto do espectro, o vermelho.

 PERCEPÇÃO:
O dom humano de interpretar estímulos sensoriais, é mais complexo na percepção das cores. Outrora os físicos acreditavam que, as percepções das cores originava-se de comprimentos específicos de ondas de luz. Todavia, pesquisas recentes revelaram que, as cores podem ser percebidas mesmo na ausência de seus comprimentos específicos de ondas.


As cores são criadas a partir dos contrastes de ondas maiores e menores que se combinam, são frutos da LUZ e da SOMBRA.
Para Goethe: o fenômeno cromático, pressupõe o deslocamento da imagem e essa imagem é formada pela combinação de contornos e superfícies.
As imagens deslocadas em virtude da refração, apresentam bordas e limbos coloridos. Ao se deslocar uma imagem, a cor que a precede, é sempre a mais larga e a chamamos LIMBO, a que fica aferrada ao contorno é a mais estreita e a denominamos BORDA. Ao defender a idéia de que a cor tem origem na obscuridade.
Observe a imagem a seguir: Olhando-se para os 2 retângulos, vê-se o centro de cada um em função das respectivas margens... O painel da direita parece mais escuro porque é visto em contraste com a margem mais clara. MAS AMBOS TÊM A MESMA COR.

Goethe acrescenta: “No entanto, há de ter-se sempre presente o movimento do escuro até o claro e do claro até o escuro."
 



 
 
 
 


  ESTILO E ESSENCIA Estilo pode incluir moda, design, formato, ou aparência, incluindo por exemplo: Estilos reais e nobres Em botâ...