sábado, 27 de outubro de 2012


MOTIVO DOS DESEQUILÍBRIOS:

 
O transcorrer do tempo, as mudanças, descobertas evoluções e tecnologias; facilitaram e muito a vida do ser humano – quanto a isto não há dúvidas, porém, todo este excesso de informações e preocupações fizeram com que o homem, fosse se esquecendo de sua Mitologia Pessoal, de sua essência, afundando assim, cada vez mais, no “mundo das sombras”, deixando de lado o “mundo das idéias”, o que veio a acarretar várias conseqüências negativas para o próprio indivíduo, que passa a viver numa realidade das superficialidades, na camada mais externa, onde tudo não passa de uma cópia imperfeita.

Sem perceber onde está entrando, sente-se perdido, não entende a causa de seus problemas, e uma era que poderia ser fantástica pela diversidade e velocidade das evoluções, acaba se tornando a - “Era das depressões”.

As pessoas encontram-se cercadas por inúmeras possibilidades e atrativos, têm tudo com mais facilidade e conforto. Entretanto, ao invés de lhes causar felicidade e prazer, acaba por gerar sofrimentos e um sentimento de vazio...Um vazio que não pode ser preenchido por aquisições materiais nem por todo dinheiro do mundo!

Neste contexto, desponta uma necessidade de interação com outras pessoas, uma interação real e não simplesmente virtual (que o levou a se isolar cada vez mais, em suas busca diária por segurança e privacidade). Cada um no seu "mundinho particular."

 
DESVANTAGENS DO SISTEMA CAPITALISTA:

 O sistema capitalista induz ao desenvolvimento de uma relação efêmera com “as coisas” e com o mundo que nos cerca. Poucas pessoas refletem sobre os impulsos que conduzem suas atividades.

À medida que a economia passa a girar em torno da acumulação do capital, e o trabalho passa a ser dirigido para a produção de mercadorias, a sociedade caminha por valores, que a induzem ao consumo de produtos criados no intuito de manter o ciclo de reprodução do capital.

A ideologia do sistema produtivo em vigor é a ideologia do consumo e representa a base de sustentação dos lucros das vendas.

Quanto mais rápido e em maior quantidade se consome, mais o capital gira e é produzido. É a obsolescência programada- o prazer que a aquisição de algo proporciona ao indivíduo é facilmente substituído quando outro objeto ou serviço mais atraente aparece.

Neste sistema, não interessa a produção de bens duráveis, pois freiam a rápida substituição, tornando o ciclo do capital mais lento e longo. Como observou Lipovetsky (1989, p. 175):

"A sociedade de consumo é desprendida de seus objetos, pois “quanto mais o consumo se desenvolve, mais os objetos se tornam meios desencantados, instrumentos, nada mais que instrumentos: assim caminha a democratização do mundo material”.

O descarte é uma característica do capitalismo, não simplesmente descarte de “coisas” como também de pessoas. Até mesmo instituições outrora tidas como inabaláveis e invioláveis como, por exemplo, religião, casamento e fidelidade foram contaminadas por esse fantasma. Atualmente, as pessoas trocam de crenças e relacionamentos tão rapidamente quanto mudam de roupa...

É preciso considerar que, do modo como se processa o referido sistema, há implicação sobre nós, a sociedade e a natureza.

O ato de jogar fora e comprar outro novo, se tornou uma perigosa rotina. Parece ter nos feito esquecer o verdadeiro sentido da matéria: o de estar em constante transformação, esse “esquecimento” vem gerando acúmulos na Natureza, poluição e principalmente, desperdícios...

 

OBSOLÊNCIA PROGRAMADA:

Atinge seu apogeu e nós “seres racionais” somos manipulados sem sequer termos consciência disso, somos controlados e prisioneiros em uma realidade “ilusoriamente livre” que só se torna real, porque insistimos em nos fingir “cegos".

" Os seres humanos não são uma entidade circunscrita e separada do mundo em que existe, mas uma interação corpo-mundo que engloba ambos. “ (David Smail).

O valor que o homem moderno deu a si mesmo, o levou a esquecer que está em suas mãos a responsabilidade de inventar os indivíduos do mundo que o cerca. O modelo social vigente tem como foco principal, gerar componentes humanos de uma sociedade cada vez mais desumana!

As pessoas parecem ter-se esquecido de que, para existir, todos dependem de redes específicas de relações. Para vivenciar inteiramente a humanidade, é necessário resistir à tentação de delegar a alguém ou a algo a responsabilidade pessoal de conseguir viver à distância entre nossas experiências e tentativas reducionistas de explicá-las como uma linguagem de objetos conscientes. Como observou Wittgenstein:

Estou propenso a acreditar que a tendência de todos os homens que tem tentado falar ou escrever sobre ética ou religião foi investir sobre os limites da linguagem. Estas investidas contra as paredes de nossa jaula são absolutamente sem esperança. Na medida em que emerge do desejo de dizer algo sobre o significado básico da vida, o absolutamente bom, o absolutamente precioso e a ética, não podem ser ciência, mas documenta uma tendência da mente humana.”

Qualquer significado do que construirmos permanecerá como propriedade subjetiva pessoal. Em contrapartida, um significado, jamais poderá descrever o estado real das coisas. Mas é necessário transcender o conhecimento que inventamos.

 
Alguns conselhos para atingir tal objetivo:

· Colocar á prova as idéias favoritas particulares

· Esforçar-se para sair dos limites da linguagem

· Questionar os próprios limites para agir e raciocinar

· Penetrar nos domínios nos quais o entendimento fraqueja.

 
O desejo de se fazer esse esforço impossível é um sintoma da presença do sagrado: é o esforço para ir além do aprisionamento da linguagem e alcançar o indizível sentido de uma maior consciência. Os seres humanos possuem a capacidade de aceitar a responsabilidade total pelos dilemas pessoais, é o contrário da fuga.

 A mais poderosa de todas as circunstancias é atualmente, tratada como morta.”

 
Tal afirmativa não é ateísta nem ao menos agnóstica, ela admite a criação de circunstâncias e reconhece seu valor histórico. Embora seja uma devastadora declaração de independência por parte dos homens preparados para aceitar a responsabilidade por seus atos e que, deixam de reconhecer o poder direcionador de quaisquer circunstâncias. (Kelly, 1969).

O objetivo é ressaltar algo sobre a responsabilidade humana. Se o criador não está mais entre nós assumimos a total responsabilidade do modo como o mundo é construído..

É presunçoso jogar fora o bebe divino junto com a água do banho ecológico e sistêmico, reduzindo assim a percepção humana à mera consciência utilitária – e aqui novamente somos os responsáveis pela escolha.

SOMOS RESPONSAVEIS PELOS MODOS COMO O MUNDO É CONSTRUIDO. E, conseqüentemente, elo modo que construímos a nos mesmos como seres humanos.

É tarefa nossa desenvolvermos um ser com preocupação total em vez de continuarmos com essa consciência utilitária.

Não temos nenhuma“Natureza”: temos apenas a Natureza que geramos em nossas relações sociais.

Vivemos induzidos a acreditar que, tudo que é preciso é obedecer ao líder, ao prestar tal obediência acabamos não vendo o mundo de forma responsável.

Esse caminho nos afasta do sagrado, uma vez que se apóia na submersão da percepção pessoal em regras ideológicas. O principal modo de “NÃO SABER” é seguir cegamente regras inventadas por outros. Como observou Kelly, (1969):

 
"As regras são bastante úteis como corrimãos para a moralidade míope, e isso inclui a maioria das pessoas. Mas...o homem que voluntariamente confia em regras e leis, que em seu nome distinguem o bem e o mal, está apenas querendo evitar a antevisão daquilo em que, no fim, o bem e o mal se tornarão. Futuramente não será nada confortável, quando constatar que confundiu as coisas, quando der conta de que fechou os olhos e se conformou com as regras.”

 
Segundo Bateson, mente e consciência não podem se encontrar, há um abismo entre ambas...Acredita que existe muito mais do que somos induzidos a ver e crer.
Pedaços e migalhas da mente que surgem na consciência proporcionam um quadro falso de sua totalidade. Ocorre que, mesmo antes da “moderna tecnologia” algo tinha que ser feito a respeito da divisão inata entre consciência e o resto da mente.

A consciência deixada à própria sorte sempre arruína as relações humanas.

É preciso enxergar além, crer no aparentemente inusitado; como observaram Bergier e Pawels em seu livro O Despertar dos Mágicos:

 Esquadrinhar a história invisível é um exercício muito são para o espírito. Desembaraçamo-nos da repugnância pelo inverossímil que é natural, mas que muitas vezes paralisou o conhecimento.”

 

  ESTILO E ESSENCIA Estilo pode incluir moda, design, formato, ou aparência, incluindo por exemplo: Estilos reais e nobres Em botâ...