sábado, 7 de novembro de 2015

OFICINAS INFANTIS:
 OUVRIERS MINEURS DE LA TERRE
“Seja sempre bacana com seus filhos. São eles que escolherão sua casa de repouso.” (Phyllis Diller)
O OBJETIVO PRINCIPAL É DESPERTAR  A IMAGINAÇÃO E A CRIATIVIDADE DOS PIMPOLHOS...Surpreender e inquietar a futura geração.Procuramos resgatar a simplicidade das brincadeiras de antigamente tentando despertar outros desejos nas crianças além de TV e videogames.
O mundo vive em constante transformação, as relações familiares não poderiam passar imunes à elas.... Toda mudança, num primeiro momento, tende a tirar o prumo da vida cotidiana, induzindo com isso a uma readequação dos valores.
A mulher foi para o mercado de trabalho, objetivando dar uma vida melhor a seus filhos, entretanto, acabou sem tempo e muitas vezes sem paciência com eles, isto porque, ela foi acumulando cada vez mais funções e responsabilidades, que outrora eram exclusivas do homem. Contudo, as tarefas e obrigações para com o lar e a família permaneceram; gerando um contexto onde a mulher além de ir para o mercado de trabalho ainda precisa se desdobrar para conseguir dar conta das duas coisas simultaneamente...
Através de um pré estudo feito com amigas Jovens Mães: executivas, empresárias, batalhadoras e guerreiras; mães que, graças a sua condição financeira alcançada, fruto de sua luta e sacrifício diário, “literalmente” poderiam dar melhores oportunidades e condições a suas proles. Todavia, o contexto atual não é este, os pais que trabalham têm pouquíssimas opções para deixar e  educar seus filhos e na grande maioria, sofrem com a falta de preparo e “amor no coração”, dos profissionais envolvidos.
ESTUDO PREVIO: O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo sequencial”.





      A seguir os períodos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e mental.




      A. Período Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos, aproximadamente.
      A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).




      B. Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.
      Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.




      Existem outras características do pensamento simbólico que não estão sendo mencionadas aqui, uma vez que a proposta é de sintetizar as idéias de Jean Piaget, como por exemplo o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), uperdeterinação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”), etc




      C. Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente.       Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.
      Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também comumente apresentados como Período Pré-Operatório.



      D. Período Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 anos, aproximadamente.
      É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que no entanto possam discutrir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.




      E. Período Operatório Abstrato - dos 11 anos em diante.
      É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.




     5 - A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender com quem estão trabalhando.
      A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento destas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo.
      “Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana!” (Lima, 1980, p. 131).


      O lema “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”, do Método Psicogenético, criado por Lauro de Oliveira Lima, tem suas bases nestas teorias epistemológicas de Jean Piaget. Existem outras escolas, espalhadas pelo Brasil, que também procuram criar metodologias específicas embasadas nas teorias de Piaget. Estas iniciativas passam tanto pelo campo do ensino particular como pelo público. Alguns governos municipais, inclusive, já tentam adotá-las como preceito político-legal.
      Todavia, ainda se desconhece as teorias de Piaget no Brasil. Pode-se afirmar que ainda é limitado o número daqueles que buscam conhecer melhor a Epistemologia Genética e tentam aplicá-la na sua vida profissional, na sua prática pedagógica. Nem mesmo as Faculdades de Educação, de uma forma geral, preocupam-se em aprofundar estudo nestas teorias. Quando muito oferecem os períodos de desenvolvimento, sem permitir um maior entendimento por parte dos alunos
A IMPORTANCIA DA BRINCADEIRA:
Foi constatado, através de estudos que, as brincadeiras e histórias desempenham um papel fundamental no desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças.
“Na brincadeira, o que é regra torna-se desejo e fonte de prazer, o que no futuro, constituirá o nível básico da ação e da moralidade.” (Vygotsky)
 A ação na esfera imaginativa, numa situação de faz-de-conta, permite a criação da intenção voluntária, de planos de vida real e do que se quer ou se quer ser.
O contato com o lúdico, com o jogo, com o faz-de-conta, neste caso, ultrapassa a idéia de diversão e entretenimento e revela sua importância no desenvolvimento do pensar da criança.
Para Piaget, o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos, mas construído numa interação entre o meio e o indivíduo.
 A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo.
 
O universo infantil – a importância do lúdico
A imagem da criança é sempre um mundo de encantamento e mistério. Freqüentemente nos perguntamos: o que será que essas criaturinhas pensam? Será que verdadeiramente nos entendem? Será que as entendemos? Inúmeras vezes nos surpreendemos com as relações inusitadas que elas fazem. A intriga diante do universo infantil mobilizou pesquisadores e fez nascer teorias valiosas sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança. Dentre essas pesquisas, não podemos negar as contribuições de Piaget ou Vygotsky no campo da psicologia cognitiva. E à psicanálise devemos inúmeras contribuições nos estudos sobre as relações entre a imaginação e a formação da identidade da criança.
É fato comprovado, que as brincadeiras e histórias desempenham um papel fundamental no desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças.
Os estudos sobre o jogo infantil possibilitam identificar a construção da função simbólica que se faz através da representação e permite destacar o pensamento da ação.
Segundo Vygotsky,
na brincadeira os objetos perdem sua força determinadora sobre o comportamento da criança, pois a ação, numa situação imaginária, ensina a criança a dirigir seu comportamento não apenas pela situação que a afeta de imediato, mas pelo significado destas situações.
A brincadeira fornece um estágio de transição em direção à representação. A chave da função simbólica é a utilização dos objetos como signos e a possibilidade de executar com eles ações representativas.
Na brincadeira, o que é regra torna-se desejo e fonte de prazer, o que no futuro, segundo Vygotsky, constituirá o nível básico da ação e da moralidade. A ação na esfera imaginativa, numa situação de faz-de-conta, permite a criação da intenção voluntária, de planos de vida real e do que se quer ou se quer ser.
O contato com o lúdico, com o jogo, com o faz-de-conta, neste caso, ultrapassa a idéia de diversão e entretenimento e revela sua importância no desenvolvimento do pensar da criança.
Trabalhando com o Programa Filosofia para Crianças – Educação para o Pensar, não podemos negligenciar a importância do jogo simbólico no universo da criança, o que não significa condicionar as aulas de filosofia às brincadeiras, mas favorecer a transição do pensamento concreto ao abstrato, da imaginação à vontade consciente de suas intenções e implicações.


   1. A literatura infantil e as novelas filosóficas
Dada a importância do jogo simbólico no desenvolvimento da criança, não podemos deixar de falar sobre a importância que a literatura infantil tem adquirido na educação.
Se tomarmos o uso e a função da narrativa no universo mítico entre os povos primitivos, devemos reconhecer que o homem se relaciona com o mundo que o cerca, antes pela emoção do que pela razão. No mito há uma tentativa de familiarizar-se com o desconhecido como forma de explicá-lo, ou melhor, acomodá-lo. Não há uma separação entre o natural e o sobrenatural, entre o real e o fictício, entre o eu e outro. Tudo se relaciona ao todo numa esfera de representação simbólica que reflete os anseios, os medos e desejos comuns à humanidade.
Frutos dessa consciência mítica, os contos maravilhosos, as fábulas, as lendas estavam longe ser literatura para crianças. Tratava-se de um conjunto de histórias derivadas das tradições de diversos povos, principalmente os orientais. Tais histórias estavam ligadas aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional, ao eterno conflito entre o eu e o outro, entre o bem e o mal, o vício e a virtude. A função simbólica destas formas de narrativa permitiu que povos diversos as reconhecessem como um valioso instrumento de persuasão moral ou de legitimação de valores e regras.
A descoberta da racionalidade científica afastou o homem adulto do elemento fantástico. A essa fase mágica, já permeada pela preocupação crítica com a realidade, correspondem às fábulas. Nestas, os animais representam os vícios e virtudes que caracterizam os homens. Compreende-se, então, porque essa literatura acabou se transformando em literatura infantil, embora tenhamos que admitir que as forças da fantasia, do sonho, da imaginação ainda nos fascinam e a indústria cultural sabe bem disso.
Podemos assim, de certa forma, afirmar que tanto na infância da humanidade como na infância propriamente dita, se manifesta uma consciência a-histórica, pois se compreende a vida no presente. Existe aí a diferença entre o viver uma coisa e conhecer uma coisa, entre a certeza imediata derivada da intuição e o conhecimento que resulta da experiência intelectual ou da técnica experimental.
Para comunicar a primeira são adequadas as comparações, os símbolos, as imagens; para as últimas são adequadas as leis, os conceitos, os esquemas. Assim torna-se fácil entender porque a literatura foi usada, desde suas origens, como instrumento de transmissão de valores, assim como é fácil compreender porque essa literatura foi adaptada para as crianças.
Se considerarmos que os valores e padrões sociais, culturais, políticos são essencialmente abstratos, temos que considerar que dificilmente seriam compreendidos por mentes propensas a conhecer através de emoções e experiências concretas. A linguagem literária é a linguagem da representação que pode concretizar o abstrato através de comparações, imagens, símbolos e alegorias. Desde o início da história da humanidade essa capacidade de representação tem sido a mediadora entre a capacidade de percepção intelectual e o amadurecimento da inteligência reflexiva.
Segundo os psicanalistas, o maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais importantes na literatura infantil. Há na estrutura dos contos de fadas elementos que revelam um maniqueísmo entre o bem e o mal, o belo e o feio, o poderoso e o fraco que facilita às crianças a compreensão de certos valores que regem nossa sociedade; todavia, cabe a cada sociedade decidir o que é bom ou mau, feio ou bonito, justo ou injusto. Ora, se efetivamente queremos considerar as crianças como agentes ativos e transformadores da sociedade, temos que pensar em formas de favorecer a reflexão sobre esses valores, aí a importância de se diferenciar os diversos gêneros da literatura infantil do que denominamos “novelas filosóficas” no Programa de Filosofia para Crianças.
Comecemos com a fábula: podemos dizer que é uma narrativa de natureza simbólica de uma situação vivida por animais, que alude a uma situação humana e tem por objetivo transmitir certa moralidade. Seus personagens são sempre símbolos, representam algo num contexto universal, como o leão símbolo de força ou a raposa símbolo de astúcia.
Afirma La Fontaine “Sirvo-me de animais para instruir os homens... Procuro tornar o vício ridículo por não poder atacá-lo com o braço de Hércules... Uma moral nua provoca tédio: O conto faz passar o preceito com ele, nessa espécie de fingimento é preciso instruir e agradar.”
A lenda é uma narrativa cujo argumento é tirado da tradição. Consiste num relato onde o maravilhoso e o imaginário superam o histórico.
Os contos maravilhosos caracterizam-se por personagens que possuem poderes sobrenaturais que, contrariando as leis, sofrem metamorfoses, defrontam-se com as forças do bem e mal, sofrem profecias que se cumprem, são beneficiadas com milagres; enfim, as narrativas decorrem do mundo da magia onde tudo escapa às limitações e contingências da vida humana e se resolve por meios sobrenaturais.
Os contos de fadas, de origem celta, falam-nos de heróis cujas aventuras estavam ligadas aos mistérios do além e visavam à realização do interior humano, daí a presença da fada, cujo nome vem do verbo latino “fatum” que significa destino. A fada exerce um fascínio especial entre as crianças, pois encarna a possibilidade de realização de sonhos ou desejos.
Os contos exemplares são narrativas breves muito freqüentes na literatura infantil. Registram situações retiradas do cotidiano e encerram uma moralidade, que se institui como exemplo de conduta. Trocam o fantástico pelo realismo.
Os contos jocosos são da mesma natureza que os contos exemplares: narrativas breves e centradas no cotidiano. Diferenciam-se apenas na comicidade, aproximam-se das anedotas, porém possuem uma intencionalidade crítica mais contundente.
Outra forma bastante explorada na literatura infantil são os chamados contos acumulativos. Pequenas histórias encadeadas, muito populares e divertidas, que podem apresentar um desafio à articulação da fala.As crianças geralmente os encaram como um jogo.
Aqui há uma seleção de apenas alguns elementos que compõem as principais formas da narrativa presentes na literatura infantil através de um recorte didático. No entanto, é preciso considerar que a obra é um todo e que essa análise só ganha sentido quando estamos empenhados em conhecer a essência e valor de cada gênero para os objetivos que queremos atingir. Não é possível negar a riqueza da literatura infantil e não considerar sua importância para a formação moral e a construção da identidade da criança. Não resta dúvida de que a literatura infantil não só pode, mas deve estar presente na escola.
Mas será que as principais formas de narrativa comuns na literatura infantil atenderiam aos objetivos do Programa de Filosofia para Crianças?
Poderíamos utilizar todo e qualquer texto narrativo para quaisquer objetivos?
A fim de responder essas questões, seria importante perguntar: com quais finalidades Matthew Lipman, criador do Programa de Filosofia para Crianças, utiliza as “novelas filosóficas” para iniciar as crianças no trabalho de investigação filosófica? Por quê novelas?
Há três formas básicas para o gênero narrativo: o conto, a novela e o romance. Abordarei apenas as características essenciais do conto e da novela, pois são os gêneros que nos interessam de imediato.
O conto, gênero mais utilizado na literatura infantil, corresponde a um fragmento de vida, a um momento significativo que permite ao leitor intuir o todo ao qual aquele fragmento pertence. Tudo no conto é condensado: a história se desenvolve em torno de uma única ação ou situação.
A novela é uma longa narrativa estruturada por várias pequenas narrativas. Essa estrutura permite uma visão de mundo mais complexa que não aponta para um centro principal; daí os diversos acontecimentos se apresentarem independentes e válidos em si. A compreensão do universo como algo heterogêneo e multiforme, onde coisas díspares acontecem ao acaso, corresponde a uma estrutura também heterogênea.
Ora, essa heterogeneidade e a diversidade de situações permitem ao leitor avaliar, comparar e buscar critérios para a solução de problemas ou para seus juízos, alargando o campo conceitual e valorativo. Mas qual a relação entre a novela, enquanto gênero narrativo, e a filosofia?
Segundo Lipman, a filosofia deve estimular o uso de ferramentas que permitem a reflexão, tais como: o conhecimento dos princípios que sustentam nossas crenças e o reconhecimento dos limites desses princípios, a possibilidade de opor, comparar, aprofundar a investigação considerando múltiplas situações e pontos de vista.
Como fazer esse trabalho com crianças distantes do universo abstrato dos conceitos? Tornando a filosofia constante busca de significados na experiência concreta e cotidiana. O desafio é conciliar as regras da razão com a imaginação criadora de novos significados.
“Geralmente as crianças têm curiosidade sobre o mundo e essa curiosidade se satisfaz parcialmente com as informações factuais e explicações que lhes dêem sobre as causas ou propósitos das coisas. Mas às vezes as crianças querem mais. Querem interpretações simbólicas e não só interpretações literais.
Para isso voltam–se para os jogos, para os contos de fada, para o folclore... Por outro lado, a literatura infantil geralmente é escrita para crianças em vez de pelas crianças... Ao contar uma história devemos saber o que estamos fazendo. O conto de fadas é cativante e sedutor. Ele fascina os ouvintes e encanta desde as primeiras palavras “era uma vez”. Encontramos muito prazer na criatividade com que nos expressamos nessas histórias. Mas será que ao imaginar por elas não estamos privando as crianças da sua imaginação? Se os adultos devem escrever para crianças, deveriam fazê-lo só o necessário para liberar seus poderes literários e imaginativos” (Lipman, A filosofia na sala de aula, p. 59 e 60)
Há pistas aqui para pensarmos que as novelas filosóficas não são apenas algumas estorinhas que servem como pretexto para o diálogo entre crianças, mas sim textos que se abrem ao leitor enquanto reflexão e imaginação.
Nesse caso, não é qualquer forma de narrativa que serviria às finalidades do Programa de Filosofia para Crianças. A narrativa deve atender a uma multiplicidade de visões ou situações que permitam o diálogo entre a obra e o leitor e, posteriormente, entre os leitores que devem recriar e criar o seu pensar em uma comunidade investigativa. As interpretações simbólicas devem criar significados e os significados devem ser multiplicados e analisados pelas ferramentas da razão.
Isso não significa descartar a importância da imaginação no desenvolvimento da criança e torná-las pequenos gênios insuportáveis, mas oferecer uma obra aberta que permita às crianças pensar suas representações e criar soluções para os enigmas que aparecem através de um esforço racional que deve levar em conta a afetividade e o desejo.
Vejamos como isso acontece com a novela “Rebeca” de Ronald Reed: temos na novela elementos presentes no imaginário das crianças, oriundos dos contos de fadas: sapos e príncipes, elefantes que voam, transformações, magia, etc.
O formato da narrativa que pode encantar ou fazer rir, busca problematizar. Realidade e ficção são colocadas sob o prisma da investigação, não há de antemão o certo e o errado, o falso e o verdadeiro, o feio e o bonito. O narrador não só conta, mas pergunta. Chama os leitores ou ouvintes ao diálogo. Desconhece a solução, mas a busca. É essa busca que caracteriza a filosofia e é essa ânsia da busca que queremos incentivar nas crianças.
Por isso temos que escolher criteriosamente os meios para que possamos alcançar os fins que desejamos. O maniqueísmo presente nos contos de fada e a estrutura coesa dos contos infantis podem inserir nossas crianças no universo dos valores e da cultura, podem favorecer o senso estético pela riqueza ou unidade da obra, mas nem sempre são boas ferramentas de problematização e investigação.  


OBJETIVOS:
- resgatar a simplicidade das brincadeiras de antigamente a fim de despertar outros desejos nas crianças além de TV e videogames.
- não basta mostrar, é preciso ORIENTAR, EXPLICAR, DEMONSTRAR.
- desenvolver atividades que possam vencer o tédio do dia a dia com atividades que contribuam para o desenvolvimento de seus entes queridos.
- Sensibilizar as crianças sobre a importância de viver em equilíbrio com a Natureza e conscientizar sobre o reaproveitamento tendo-se em vista o Conceito físico  da MATÉRIA
- Brincadeiras manuais, artesanais e criativas
- Artigos educacionais e recreativos
 OFICINAS FADAS:
ATIVIDADE PRÁTICA:
Pré-requisito: pedir para criança juntar, no decorrer da semana anterior à oficina, “coisas” e objetos que normalmente seriam descartados. Como por exemplo: pote de Danone, shampoo, margarina, garrafas de suco, refri, etc, etc, etc...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

CONTOS DE FADAS - A Vida é um Conto de Fadas e você escreve o seu.... JUROOOO!!!!

CONTO DE FADAS, CONTOS DA ACAROCHINHA, CONTOS POPOLARES, LENDAS E DITADOS...  - seu SIMBOLISMO inimaginado... rsrs

Cinderela, A Bela Adormecida, Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho, O Novo traje do Imperador, O Flautista de Hammelim, etc, etc, etc....
QUAL SERÁ A "MENSAGEM SUBLIMINAR", A "SEMIÓTICA" DISSO TUDO?????? E por que não temos "NOVAS HISTÓRIAS"??????






















A muito tempo venho discutindo este conceito aqui no blog, mas agora chegou o momento crucial, creio eu....
É preciso esclher o personagem que melhor se encaixa no seu contexto, e sinceramente admito, NÃO É FÁCILLLL.... Estamos condicionados e bitolados numa 'HISTÓRIA" a muito tempo, fato este que dificulta a saída e o pior de tudo, nos prende num mesmo esquema de "NORMALIDADE".....
Sempre digo essa frase: " A ROTINA NOS BITOLA E A TENDÊNCIA NOS CONTROLA"....sei muito bem o que isso significa na teoria mas, na prática, admito, também não consigo escapar! rs
Mas a MISSÃO DIVINA é trabalhar isso, e eu tento, SEMPRE, e o melhor é que, cada vez mais, o Universo conspira pra me fazer sentir na pele tudo isso, e ENTENDER, de pouco em pouco, as teorias que tanto estudei e estudo... Não tem coisa mais gratificante, apesar de todo "aparente sofrimento", que viver na pele, aquilo que os personagens dos livros de seu interesse passaram... Acho que é essa a grande finalidade dos livros, sejam eles de auto ajuda, filosóficos, didáticos, intelectuais ou religiosos.....
A TEORIA ALMEJA A PRÁTICA, se você for cristão, pense, é isso que a Bíblia almeja! Aliás, amo a Biblia também, não tenho preconceito com nenhum tipo de livro, AMO todos, principalmente, os MÁGICOS... :)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

DE ONDE VEM E O PORQUÊ DA TAL TENDÊNCIA SELFIE


 

O que é isso?
Self = Si mesmo (ing. self, al. Selbst)
Self costuma ser identificado com essência. Freud, utilizava de forma indiscriminada os conceitos de ego e self. Quando utilizava Ich em oposição ao superego e ao id, referia-se ao ego; quando utilizava Ich em oposição ao objeto, referia-se ao self.
William James, um dos pais da psicologia, distingue em 1892 entre o "eu", como a instância interna conhecedora (I as knower), e o "si mesmo", como o conhecimento que o indivíduo tem sobre si próprio (self as known) carnotauros (2014), partindo da definição de James e do trabalho da S. N. Cooley, propõe que o "si mesmo" se baseia em três experiências básicas do ser humano:
  1. a consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si;
  2. a interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si;
  3. a capacidade do ser humano de agir.
Esse conhecimento que o "eu" tem sobre "si mesmo" tem dois aspectos distintos: por um lado, um aspecto descritivo chamado autoimagem e por outro, um aspecto valorativo, a autoestima.
Segundo Carl Gustav Jung, o principal arquétipo é o Si mesmo (ou Self). O Si mesmo é o centro de toda a personalidade. Dele emana todo o potencial energético de que a psique dispõe.  É o ordenador dos processos psíquicos. Integra e equilibra todos os aspectos do inconsciente, devendo proporcionar, em situações normais, unidade e estabilidade à personalidade humana. Jung conceituou o Si mesmo da seguinte forma: “O Si mesmo representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não.


O arquétipo do si-mesmo, portanto, manifesta-se no ser humano principalmente pela via dos instintos. No entanto, certos eventos aparentemente não instintivos e externos ao ser, como alguns tipos de fenômenos psicocinéticos que foram registrados por Carl Jung, assim como as sincronicidades, são também associados à quantidade energética do arquétipo envolvido, que invariavelmente deriva de uma ou outra forma do arquétipo central. Deste modo o si-mesmo pode atuar diretamente sobre a estrutura material e espaço-temporal da natureza, e por este motivo este núcleo arquetípico se confunde com a fonte da ordem física da natureza (Rocha Filho, 2007).
Os símbolos do Si mesmo geralmente ocorrem quando de alguma crise de vida, de um obstáculo com o qual o indivíduo não sabe lidar. Então, ele pode ocorrer nos sonhos ou em outros eventos simbólicos na forma de figuras transcendentais, ilustres personalidades, a "voz" de Deus, etc., ou figuras geométricas, normalmente na forma de mandalas, como a que se encontra ao lado.ARQUÉTIPOS PARA JUNG: Jung observou que, assim como nosso corpo é um detalhado museu de orgãos, cada qual com sua longa evolução histórica e filogenética, TAMBÉM A MENTE DEVE TER TIDO UMA EVOLUÇÃO ANÁLOGA. Jung denominou esse processo evolutivo de ARQUÉTIPOS. Segundo ele:
"Arquétipos não podem ser herdados geneticamente, o que se transmite de geração a geração é a TENDÊNCIA DA MENTE DE FORMAR REPRESENTAÇÕES SIMBÓLOCAS, padronizadas, em seu sentido genérico, mas TOTALMENTE VARIÁVEL EM DETALHES; arquétipo é na verdade, UMA TENDÊNCIA SENSITIVA dotada de direção e intenção TÃO MARCADA como o impulso das aves para fazer seu ninho, das formigas para organizar sua colônia, ou das abelhas na hora de construir sua colméia."
 
Vivemos num mundo de aparências, em que representamos ter todas as respostas e certezas, nos afastando de nossa essência. O drama é que, hoje em dia, o mundo exige que as pessoas busquem freneticamente interpretar um papel que lhe foi imposto, e ao menor deslize pode ser punido com o desprezo. 
Nesse mundo de aparência e ostentação, em que o dinheiro está sendo mais valorizado do que os sentimentos, as pessoas se encontram mas não se relacionam, trabalham mas não se realizam e, principalmente, vivem sem conhecer a própria alma.
A um tempo atrás, fiz um post sobre a ligação ESSÊNCIA & ESTILO, conclui, através de um longo tempo pesquisando que, a procura pelo estilo nada mais é, do que a busca da própria essência. E agora, observando a atual e dominadora tendência nas mídias virtuais, consegui lincar a idéia e entender o porquê de tudo isso.
É chegada a hora da mudança. Em toda a história da humanidade, um período sempre é o oposto do outro, olhe um pouco pra tráz que falcilmente perceberá! Depois dos exageros do Barroco, vem a simplicidade do Arcadismo; depois das embromações e exageros românticos, vem a busca pela natureza do Naturalismo; e assim por diante...
O fato estranho é que nós, os personagens atuais dessa realidade, por um longo período de tempo, ficamos 'PRESOS" num único ponto, na mesma história, e a história ficou girando em torno do mesmo fato, como num feitiço ou uma maldição ...
Selfie, vem de SELF.
Outrora os conceitos se transmutavam mais rapidamente; tipo: humanismo, classicismo, barroco, arcadismo, romantismo, modernismo, pós modernismo, etc, etc, etc.....
AGORA EU VOS PERGUNTO: E DEPOIS DO PÓS MODERNISMO?????? É por isso que digo que ficamos presos num único ponto! Fomos induzidos a entrar numa "pira coletiva" na qual, não há possobilidades de mudança, digo MUDANÇA total de conceitos e de estilo de vida!
 










 

  ESTILO E ESSENCIA Estilo pode incluir moda, design, formato, ou aparência, incluindo por exemplo: Estilos reais e nobres Em botâ...