terça-feira, 27 de março de 2012

REMODELANDO A MATÉRIA E RENOVANDO O CONCEITO DO OBJETO



REMODELANDO A MATÉRIA:

* cadeira resultado "final atual"




Desvantagens do Sistema Capitalista
O sistema capitalista induz ao desenvolvimento de uma relação efêmera com “as coisas” e com o mundo que nos cerca. Poucas pessoas refletem sobre os impulsos que conduzem suas atividades.
A medida que a economia passa a girar em torno da acumulação do capital, a sociedade caminha por valores focados no consumo de produtos criados no intuito de manter o ciclo de reprodução. Quanto mais rapidamente se consome, em maior quantidade o capital gira e é produzido.
É a obsolescência programada. O prazer que a aquisição de algo proporciona ao indivíduo é facilmente substituído quando outro objeto ou serviço mais atraente aparece. Neste sistema, não interessa a produção de bens duráveis, pois freiam a rápida substituição; tornando o ciclo do capital mais lento e longo.
É preciso considerar que, do modo como se processa o referido sistema, há implicação sobre nós, a sociedade e a natureza.
Essa realidade capitalista, parece ter nos feito esquecer o verdadeiro sentido da matéria: o de estar em constante transformação. Consequentemente gerou acumúlos na Natureza, poluição e principalmente, desperdícios...
O ato de jogar fora e comprar outro novo, se tornou uma perigosa rotina. O descarte é uma característica da sociedade de consumo e está presente nas mais diversas áreas de seu cotidiano.
Até mesmo instituições que outrora eram invioláveis e insubstituíveis como, religião e casamento por exemplo, foram contaminadas por esse fantasma, hoje em dia, não se descarta rapidamente somente "coisas", troca-se de crenças e relacionamentos numa velocidade similar... Vivemos a “era dos descartáveis”....
De acordo com Lipovetsky (1989, p. 175), a sociedade de consumo é desprendida de seus objetos, pois “quanto mais o consumo se desenvolve, mais os objetos se tornam meios desencantados, instrumentos, nada mais que instrumentos: assim caminha a democratização do mundo material”.

Comecei a dar uma atenção especial a algumas teorias e leis do cotidiano. Percebi que, normalmente, não os relacionamos com a vida prática por estarmos condicionados às condições impostas pelo sistema capitalista em voga.
Por exemplo:
A Lei da Conservação das Massas, também conhecida como:
Lei de Lavoisier
De acordo com essa lei, em qualquer sistema, físico ou químico, nunca se cria nem se elimina matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma em outra. Portanto, não se pode criar algo do nada nem transformar algo em nada (Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma).
Logo, tudo que existe provém de matéria preexistente, só que em outra forma, assim como tudo o que se consome apenas perde a forma original, passando a adotar uma outra. Tudo se realiza com a matéria que é proveniente do próprio PLANETA, apenas havendo a retirada de material; podendo muitas vezes ser reutilizado.
Você já parou pra pensar no tanto de coisa que joga fora, descarta, abandona, esquece....E o tanto de coisas que compra e não utiliza, ou usa pouco...
Não existe no Universo uma pessoa que nunca tenha comprado algo por impulso e, ao chegar em casa pensou: Porque comprei isso???
Todo mundo tem “coisas” que não usa mais, ou que enjoou, mas não se desfaz, fica guardando na esperança de precisar um dia, ou até mesmo por preguiça.

Segundo o feng-shui, se não nos livrarmos dos excedentes não abrimos espaço para que o novo entre em nossas vidas. Entretanto, não é descartando que se resolve esse problema.
*cadeira após primeira transformação


Foi então que pensei: Por que não reaproveitar a matéria, remodelar o velho dando a este vida nova?
E assim, começa um prazeroso processo de TRANSFORMAÇÃO, REUTILIZAÇÃO e CRIAÇÃO! Segue alguns exemplos:

Esta cadeira, originalmente, possuia aqueles tampos trançados, feitos com matéria prima natural(como por ex sizal e palha). Porém, ficou no jardim, exposto ao tempo e acabou embolorando.
Primeiramente, encapei com 1 plástico (antiga cortina do boxe do banheiro só pra ressaltar), e pintei as pernas que eram originalmente da cor da madeira de roxo. Durou algum tempo mas, veio a se desintegrar...Ia jogar fora.
Ficou encostada num canto, até que 1 dia, após usar tinta preta para outros fins, aproveitei a sobra e pintei a carcaça!
Certa vez, inventei de criar uns acessórios com retalhos de tiras de tecido. Para isso, fiz um mutirão, coloquei minhas amigas pra me ajudarem a recortar e obtive MUITASSSS tiras que, acabaram sobrando. (confesso que nem fiz os acessórios por fim..rs)
Involuntariamente,comecei a amarrar na cadeira. Cada hr que passava por perto, amarrava mais 1 e assim foi... horasss entrelaçando e dando nós.
Vale ressaltar um detalhe importante: todas estas fases, sempre se deram, na companhia de minha amiga inseparável Mixe Mixe(gata). Ela acabou sendo a determinadora do Conceito final do objeto!
Sempre ao meu lado, ela ficava LOUUUCCCAAA com as tiras de tecido em movimento constante, cada uma que eu amarrava, ela pirava, querendo pegar e brincar...
Já sacudiu 1 tira para 1 gato?
Esse fator contribuiu para a decisão final e derradeira: Fazer a cadeira em homenagem a ela: CADEIRA MIXE MIXE!
Ela adorou e desfruta de seu conforto constantemente! rs

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