sábado, 11 de agosto de 2018


EDUCAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO





É muito difícil estudar as partes separadas, como fazemos na contemporaneidade, pois, não permite a interpretação, mas apenas a decodificação de palavras e imagens. Além de impedir que a educação, oriente o indivíduo para que se aproprie do significado essencial das coisas; que seria colocar o observador em estado de êxtase, proporcionando uma transformação pessoal, o desenvolvimento de uma releitura particular, um novo foco de visão.

Pensamos que estamos educando e ensinando quando na verdade, estamos transformando nossas crianças em escravos, em marionetes controláveis. Como observa o educador Claudio Naranjo, 2005: “Temos um sistema que instrui e usa a palavra educação para designar apenas a transmissão de informações, decorrente de um sistema que quer um rebanho para robotizar. A criança é preparada por anos, para funcionar num sistema alienante, e não para desenvolver suas potencialidades intelectuais amorosas, naturais, espontâneas. ” (Naranjo, Carlos, 2005). 

Um dos maiores fenômenos da evolução humana é a transformação da inteligência infantil que desde cedo anseia por cristalizar um raciocínio, sendo maravilhoso o processo da alma em desenvolvimento. O pensamento da criança é todo mistério, tudo que ocorre lhe impressiona os sentidos, e é uma perene novidade; ao passo que, o homem adulto encara fenômenos físicos e sociais como simples fatos cujas causas não são de seu interesse e que dispensa investigar.

Como observou Lucáks (1978, p. 291) 
“Ele experimenta realidades que, de outro modo, na plenitude oferecida pela época, ser-lhe-iam inacessíveis; suas concepções sobre o homem, suas possibilidades reais, positivas ou negativas, ampliam-se em proporções inesperadas; mundos que lhe são distantes no espaço e no tempo, na história e nas relações de classes, revelam-se a ele na dialética interna daquelas forças cujo jogo exterior lhe oferece a experiência de algo que lhe é bastante estranho, mas que ao mesmo tempo pode ser posto em relação com sua própria vida pessoal, com sua própria intimidade.”

Esta aprendizagem produz o conhecimento que representa o compromisso solidário e a co-esperança do homem perante as coisas. O que queremos resgatar, é a realidade perdida, a verdadeira realidade do artista, não está na abstração nem no realismo, mas no resgate de sua essência como “ser humano”. 

As capacidades são transmitidas através das práticas culturais e a verdadeira fonte de desenvolvimento do indivíduo está fora dele e não dentro, sendo assim, as condições de desenvolvimento são decisivas. A criança, ao nascer, é uma candidata a humanização e para tanto, precisa se apropriar por intermédio da mediação de outros, dos conhecimentos disponíveis, para se transformar num ser humano, a criança precisa conhecer toda a riqueza disponível no mundo e é por intermédio de outros seres humanos que nos humanizamos.

Ao apresentar signos a uma criança estimula-se o desenvolvimento de funções como: atenção, percepção, imaginação, memória, pensamento, etc. o signo cria na mente de quem se dirige um signo mais desenvolvido e assim, faz com que um pensamento provoque outro, exigindo uma explicação adicional que, após sucessivas transformações originará um signo que terá suas próprias explicações, assim como as explicações das partes significantes. 

A função da educação seria, pois, transcender o que se é quando se nasce, indo em direção de tudo que foi criado pela humanidade, a ferramenta atua sobre a natureza, na realidade externa; e o elemento signo atua sobre o próprio sujeito. 



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