Imago (psicologia)
Termo criado por Carl Jung em 1912 e depois usado por Freud e outros psicanalistas. O imago designa uma imagem inconsciente de objeto, realizada e construída em idades precoces e que fica investida pulsionalmente.
Existem assim vários imagos mencionados por Jung e por Freud tais como, por exemplo, o imago maternal e o imago paternal. Estes imagos desempenham o papel de modelo ou ideal que rege de uma forma inconsciente as escolhas de objetos. Assim, implica que as relações de objetos posteriores tendem a reproduzir as relações de objetos da infância.
Segundo Melanie Klein, o imago é um objeto introjectado fantasmaticamente, com uma perceção errónea e distorcida dos objetos reais. Então, o modelo idealizado não corresponderia ao objeto real. Esta distorção imaginária dever-se-ia à imaturidade percetiva e cognitiva do ego do recém-nascido, que o tornaria incapaz de avaliar e perceber os objetos na sua totalidade.
O conceito de identificação traz para a
teoria psicanalítica uma nova concepção para a formação do eu. Em 1914, em
"Sobre o narcisismo: uma introdução", Freud nos diz que o eu é um
objeto investido libidinalmente, mas só em 1917 percebemos que o que é investido
são as identificações com o outro que formam o eu.
É a partir
de certas manifestações da melancolia que Freud esclarecerá certas
nuances importantes do mecanismo da identificação. Na melancolia haveria uma
regressão do investimento objetal para a fase oral ainda narcisista da libido.
Nesta última o ego deseja incorporar o objeto devorando-o, numa forma de
identificação já esboçada em Totem e Tabu (Freud, 1912 - 1913, pág
170). As auto-censuras e auto-depreciações que caracterizam a
melancolia e que se julgavam dirigidas ao ego são na verdade dirigidas ao
objeto de amor introjetado no ego por via da identificação e do qual, após ter
sido perdido, o ego agora se vinga (Freud, 1917, pág 283-284).
A
melancolia é uma regressão a uma fase pensada como essencial para a
constituição do eu, onde a diferença entre eu e outro não é tão demarcada. É do
estudo da melancolia que Freud enuncia o modelo básico do mecanismo da
identificação: um objeto investido libidinalmente dá lugar a uma identificação,
a qual fará as vezes do objeto no ego.
A idéia da identificação como molde para
construção do eu culmina em 1923 com o texto
"O eu e o Isso", onde encontramos uma definição do eu como
precipitado de identificações abandonadas. Podemos dizer que a identificação é
uma hesitação entre o eu e o outro, na medida em que, sendo o primeiro
constituído a partir de identificações com o segundo, a pergunta "quem é
eu, quem é o outro?" se apresenta necessariamente e o par sujeito-objeto
se torna extremamente complexo.
A
proposta de Freud de deduzir uma psicologia científica e naturalista segundo um
mínimo de pressupostos pode ser referido a inúmeras fontes. Apesar de o ensaio
ter sido iniciado numa viagem de trem, de nenhum modo é um texto de ocasião.
Na
verdade reflete as tentativas de Freud para fundamentar uma clínica baseada na palavra
e é extremamente útil para quem deseja conhecer como se originou a Psicanálise. Freud tomaria emprestado de Mill um
tipo de análise psicológica. Junto com análise psicológica, ele pressupõe que
leis de associação estejam na base dos fenômenos estudados. As leis, do mesmo
modo que a etologia de Mill – uma teoria sobre o desenvolvimento do eu, pensado
como objeto natural – , são fundamentais para deduzir uma teoria sobre o
aparelho psíquico. Assim, a construção de uma psicologia natural em Entwurf
está baseada em leis de associação e na crença de que o ser humano busca o
prazer e os objetos aprazíveis e afasta-se da dor e dos objetos que a causam.
Entwurf descreve a formação do eu pela experiência, visando tornar inteligível o aparecimento de processos primários no interior desse eu, uma vez que tais processos seriam responsáveis pelos sintomas neuróticos. Defendemos, em primeiro lugar, que a maneira adotada por Freud, a dedução de uma psicologia quantitativa baseada em poucos postulados e em leis psicológicas de associação segue o programa de investigação de Mill para a psicologia empírica exposto em System of Logic. Em segundo lugar, que o papel conferido por Freud à linguagem denotar se torna inteligível quando se reconhece débito para com Mill. E, por fim, que a análise psicológica esboçada por Freud segue a análise tal como ela foi formulada por Mill.
Entwurf descreve a formação do eu pela experiência, visando tornar inteligível o aparecimento de processos primários no interior desse eu, uma vez que tais processos seriam responsáveis pelos sintomas neuróticos. Defendemos, em primeiro lugar, que a maneira adotada por Freud, a dedução de uma psicologia quantitativa baseada em poucos postulados e em leis psicológicas de associação segue o programa de investigação de Mill para a psicologia empírica exposto em System of Logic. Em segundo lugar, que o papel conferido por Freud à linguagem denotar se torna inteligível quando se reconhece débito para com Mill. E, por fim, que a análise psicológica esboçada por Freud segue a análise tal como ela foi formulada por Mill.